8 de agosto de 2025
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“Nova tributação é oportunidade para industrialização e modernização do setor da Construção Civil”

Fiema – Fernando Guedes Ferreira Filho, presidente executivo da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), esteve em São Luís (MA), a convite da Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (FIEMA) e do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado do Maranhão (Sinduscon-MA) para participar do painel “Reflexos da Reforma Tributária no Setor da Construção Civil”. Nesta entrevista, o executivo compartilha sua visão sobre o atual estado da construção civil no Brasil, os desafios enfrentados pelo setor e as oportunidades que surgem com as mudanças na legislação tribut&aacut e;ria e ambiental. Com um crescimento significativo e a geração de milhões de empregos, Guedes destaca a importância de uma gestão eficaz e da adaptação às novas regras para garantir a continuidade do progresso no setor.

Qual é o panorama atual da construção civil no Brasil? 

Fernando Guedes – O panorama da construção civil no Brasil é bastante positivo. Em 2024, o setor cresceu 4,3%, e estamos em um ritmo forte de geração de empregos, com mais de 3 milhões de empregos formais. O mercado imobiliário, especialmente impulsionado pelo Programa Minha Casa Minha Vida, está se destacando, e outras faixas de mercado também estão apresentando bons resultados. O setor de infraestrutura e serviços especiais também está em crescimento, o que sinaliza uma recuperação contínua desde a recessão de 2015 e 2016.

O desempenho atual é o melhor que já tivemos? 

Fernando Guedes – Não, ainda não é o melhor desempenho. Já tivemos mais de 3 milhões de empregos formais em anos anteriores, como em 2012 ou 2013. No entanto, é importante notar que estamos em um processo de recuperação constante, e o setor da construção e o mercado imobiliário alcançaram um patamar superior ao que tinha há 15 anos.

Como as mudanças na tributação, tema discutido na FIEMA com as empresas locais, podem impactar o setor? 

Fernando Guedes – Vejo a reforma tributária como uma grande oportunidade para o setor, pois pode levar à industrialização e modernização. No entanto, existem desafios a serem superados, como a adaptação ao novo sistema de tributação não cumulativa. As empresas precisarão se preparar em termos de recursos humanos e sistemas para gerenciar essa transição. Embora possa haver um impacto pontual no preço dos insumos, acredito que, a longo prazo, teremos ganhos significativos.

O senhor acredita que as mudanças tributárias podem encarecer a contratação de mão de obra e o preço final dos imóveis?  

Fernando Guedes – Pode ser que em um determinado momento tenha um reflexo pontual, mas é mais de aprendizado mesmo. Mas à medida que o sistema vai se acomodando, as pessoas vão entendendo, eu imagino que teremos ganho significativo lá na frente.  

O que pode ser feito para melhorar o licenciamento ambiental e o plano diretor nas cidades? 

Fernando Guedes – O recente marco legal do licenciamento ambiental, que está aguardando sanção, uniformiza os processos de licenciamento em todo o país, o que pode ajudar a resolver problemas em cidades como São Luís. A racionalização dos processos permitirá que os municípios adotem regras mais claras, reduzindo a burocracia e trazendo empreendimentos para a legalidade. Quanto ao plano diretor, é uma questão mais complexa que deve refletir a realidade de cada município, exigindo uma discussão cuidadosa e a participação da sociedade civil. 

O que motivou sua vinda ao Maranhão e qual a importância desse evento para o setor local?

Fernando Guedes – Minha vinda ao Maranhão foi motivada pelo convite da FIEMA e do Sinduscon-MA, que é associado da CBIC, para participar do Painel “Reflexos da Reforma Tributária no Setor da Construção Civil”. Este evento é de extrema importância, pois permite que as empresas locais compreendam melhor as mudanças que estão por vir e como se preparar para elas. Além disso, é uma oportunidade para fortalecer o diálogo entre os diferentes atores do setor e promover um ambiente de negócios mais colaborativo.

O senhor assumiu recentemente a presidência executiva da CBIC. Quais são os desafios que a entidade tem pela frente? 

Fernando Guedes – Desde que assumi a presidência executiva da CBIC, em junho, os desafios incluem a execução das diretrizes do conselho de administração, que visam melhorar o ambiente de negócios em aspectos regulatórios, tributários e de financiamento. O fortalecimento das entidades associadas à CBIC é fundamental, pois o sucesso da CBIC está diretamente ligado ao sucesso dos mercados locais. É essencial promover debates e convencimentos sobre as atividades do setor para garantir seu crescimento e desenvolvimento.

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