27 de setembro de 2025
DestaquesGeralPolítica

Brandão só vai deixar PSB levando o grupo

Por Raimundo Borges

O Imparcial – A política do Maranhão aparece, este ano de 2025, com uma projeção bem definida na disputa dos mandatos majoritários de 2026. Porém, a novidade é o surgimento de quatro nomes bem avaliados na corrida ao Palácio dos Leões pela faixa do centro, com igual número apontado nas pesquisas para as duas vagas de senador.

O PSD de Eduardo Braide, que as lidera, não é de esquerda nem de extrema-direita. O MDB de Orleans Brandão também tem perfil moderado, ao contrário do Novo de Lahesio Bonfim, marcadamente uma legenda de direita, e do PT de Felipe Camarão, historicamente um partido de esquerda, não raramente confundido por políticos do PL de Jair Bolsonaro como um ninho de comunistas.

Por outro lado, a eleição para as duas vagas de senador tem também quatro postulantes: Weverton Rocha (PDT), André Fufuca (PP), Eliziane Gama (PSD) e, provavelmente, Roseana Sarney (MDB) ou Roberto Rocha. Os dois últimos só entrarão nessa corrida com mais garantia de que poderão vencer.

Roseana não vai arriscar a renovação do mandato na Câmara Federal por uma aventura de tamanha significação para sua história política. Já Roberto Rocha é bolsonarista, mas depende do que vier a acontecer com a situação jurídica do “mito”, hoje em prisão domiciliar e amanhã ameaçado de ser preso numa penitenciária.

O que vai mudar fortemente as eleições de 2026 é a queda brusca no número de partidos em comparação entre as últimas eleições gerais de 2018 e 2026 – eram 35, oito anos atrás, agora são apenas 24, depois da fusão União-PP e da federação PSDB-Podemos, além do PRD, que negocia outra federação com o Solidariedade.

Tais alterações afetam não apenas a composição das chapas nas eleições, como também mexem com o xadrez político dentro do Congresso Nacional. Menor número de partidos, maior poder de barganha. Em outra direção, federações existentes hoje podem mudar de figura em breve. O PV avalia abandonar a federação com PT e PCdoB, e a Rede, com o PSOL.

Independentemente de participar de federação ou fusão com outras legendas, o PSD de Eduardo Braide já definiu, por vontade de seu presidente nacional, Gilberto Kassab, que ele será candidato em 2026 “e eleito governador”. Também o governador Carlos Brandão já declarou que não vai sair do Palácio dos Leões para concorrer ao Senado, porque seu objetivo é ficar no cargo até o fim e eleger o sobrinho Orleans Brandão.

Até na mensagem do Dia dos Pais, o governador começou a fala lembrando do seu próprio pai, Orleans Brandão, coincidentemente o nome do secretário de Assuntos Municipalistas. Brandão e seu grupo ainda permanecem no PSB, depois que o comando passou à senadora Ana Paula Lobato.

Como é muita gente do mesmo lado, obviamente Brandão quer chegar ao destino levando a força política que acumula hoje no PSB. Ele está organizando um grupo grandioso para segui-lo rumo às eleições de 2026, com capacidade de causar esvaziamento do PSB nas esferas estadual (Assembleia Legislativa) e municipal (prefeituras e câmaras de vereadores).

Ao anunciar o próximo partido, que tudo indica será o MDB, presidido pelo irmão Marcus Brandão, o governador vai querer mostrar para o Maranhão qual o tamanho de sua liderança político-eleitoral para 2026.

No entanto, diante de tudo que está ocorrendo na política brasileira, qualquer projeção que se faça hoje sobre as eleições de presidente da República, governadores e senadores não passa de especulação. Até a candidatura de Lula ao quarto mandato, pesquisada pelo Ipsos-Ipec, divulgada neste domingo, 10/08, tem 62% que reprovam a decisão de concorrer.

Já os nomes citados espontaneamente para substituí-lo aparecem Fernando Haddad (PT), com 19%, e Geraldo Alckmin (PSB), com 17%. O que chama atenção é o nome de Flávio Dino, ministro do STF, aparecer na consulta, com 6%. É um percentual inexpressivo, mas ele nem político é mais, e a pesquisa não é do modo estimulada, em que o eleitor é confrontado a uma lista para escolher.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *