4 de outubro de 2024
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Flávio Dino usa metáfora bíblica para falar do caso Marielle

Brasil de Fato – PF prendeu neste domingo (24) Domingos Brazão, Chiquinho Brazão e Rivaldo Barbosa, acusados de mandar matar a vereadora.

A prisão dos suspeitos de serem os mandantes do assassinato da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL), ocorrido em março de 2018, repercute entre diferentes autoridades, neste domingo (24). A Polícia Federal (PF) prendeu no início da manhã os irmãos Domingos Brazão e Chiquinho Brazão, e o delegado Rivaldo Barbosa, como mentores do crime, que também vitimou o motorista Anderson Gomes. A ação da PF se deu em uma operação em parceria com a Procuradoria-Geral da República (PGR) e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ).

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, irmã de Marielle, comemorou a notícia. “Só Deus sabe o quanto sonhamos com este dia! Hoje é mais um grande passo para conseguirmos as respostas que tanto nos perguntamos nos últimos anos: quem mandou matar a Mari e por quê? Agradeço o empenho da PF, do governo federal, do MP Federal e Estadual e do ministro Alexandre de Moraes”. Estamos mais perto da Justiça! Grande dia!”, disse pelo “X” [antigo Twitter].

“Só Deus sabe o quanto sonhamos com este dia”, disse Anielle, após notícia das prisões – Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Pela mesma rede social, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino fez uma publicação evocando uma passagem bíblica que trata sobre fé e justiça, no que foi entendido por internautas como uma menção metafórica à prisão. “Domingo de Ramos, domingo de celebração da fé e da justiça. Livro dos Salmos: ‘Ainda que floresçam os ímpios como a relva, e floresçam os que praticam a maldade, eles estão à perda eterna destinados’. ‘Como a palmeira, florescerão os justos, que se elevarão como o cedro do Líbano’”, postou.

O ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom), Paulo Pimenta, lembrou que, no início do ano passado, o Ministério da Justiça autorizou a PF a ingressar no caso, que até então era conduzido apenas pela Polícia Civil do Rio de Janeiro. “Desde o início do mandato do presidente Lula em janeiro de 2023, medidas foram tomadas e equipes da Polícia Federal autorizadas pelo MJ se somaram às investigações. Tais medidas foram decisivas para o esclarecimento do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson.”

“O governo federal seguirá cumprindo o seu papel para combater essas quadrilhas violentas que cometem graves crimes contra as famílias brasileiras. A continuidade das investigações vai com certeza esclarecer vários outros crimes. Parabéns ao Ministério Público Federal, ao Ministério Público do Rio de Janeiro e ao STF, decisivos para elucidar esse crime”, continuou Pimenta.

O presidente da Embratur e amigo de Marielle, Marcelo Freixo, também se pronunciou pelas redes. “Hoje a prisão dos irmãos Brasão e do Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio, deixa claro quem matou, quem mandou matar e quem não deixou investigar. Esse é um ponto importante para explicar por que ficamos seis anos de angústia”, disse, pelo “X”.

Freixo também repercutiu o assunto em outras postagens, lembrando a relação promíscua entre assassinatos e figuras de poder. “Em 2008, quando fiz a CPI das Milícias, nós escrevemos no relatório que crime, polícia e política não se separam no Rio. Dezesseis anos depois, com o caso da Marielle resolvido, reafirmo a mesma frase. Um membro do Tribunal de Contas, um vereador (agora deputado) e um chefe da polícia presos, envolvidos no assassinato da Marielle”, citou.

Ele ainda demonstrou certa surpresa e indignação com o fato que Rivaldo se colocou como um apoiador da família de Marielle, após o crime. “Ele era chefe da Polícia Civil e recebeu as famílias no dia seguinte, junto comigo. Agora Rivaldo está preso por ter atuado para proteger os mandantes do crime, impedindo que as investigações avançassem. Isso diz muito sobre o Rio de Janeiro”, escreveu Freixo.

O presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado, Paulo Paim (PT-RS), também se somou aos que celebraram a notícia das prisões: “Um grande alívio após uma espera angustiante de mais de seis anos. Que a justiça por Marielle e pelo motorista finalmente se faça. Que a verdade prevaleça e revele todos os fatos. Solidariedade aos familiares”.

Maria do Rosário (PT-RS), que é ex-ministra dos Direitos Humanos e atualmente compõe a mesa diretora da Câmara dos Deputados, disse que a notícia deste domingo constitui um “marco”. “A prisão dos suspeitos de terem sido mandantes do assassinato de Marielle Franco é um marco na história do Brasil e na luta contra a violência política e a tentativa de silenciamento das vozes de coragem. Se acharam que matando Marielle conseguiriam parar a luta, se enganaram. Ela está mais viva do que nunca. #MarielleVive”, entoou.

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