São Luís está na rota do alerta climático da Nasa
Por Raimundo Borges
O Imparcial – O Rio Grande do Sul está saindo da maior tragédia climática deste quarto de século 21 totalmente devastado por um fenômeno da natureza que ninguém se planejou nem deu atenção aos alertas da ciência.
Aliás, o negacionismo ideológico de quem ainda acredita que a terra é plana, se instalou no governo Bolsonaro a ponto de fazê-lo cortar 87% do orçamento do Ministério da Ciência de Tecnologia, ocupado pelo astronauta Marco Pontes. De fato, quando os governantes viram as costas para a ciência, os devastadores do meio ambiente festejam, ignorando o clamor mundial por um planeta de clima saudável.
Há muito tempo os cientistas vêm avisando que os oceanos estão aumentando o volume e a temperatura de suas águas. Já na década de 70 eles avisavam que o aquecimento global é obra da ganância do homem. Desde a Revolução Industrial, as atividades humanas, como queima de combustíveis fósseis e desmatamento, liberam dióxido de carbono (CO₂) na atmosfera.
Como consequência, os oceanos absorvem mais de 90% do excesso de energia térmica aprisionada pelo CO₂, provocando o efeito estufa que interfereno aquecimento do clima. Portanto, o que ocorreu no Rio Grande do Sul foi apenas um novo alerta grave.
E o que o Maranhão, distante 4,1 mil km de Porto Alegre tem a ver com aquele diluviano desastre climático? A resposta é simples: tudo. Com a capital São Luís cercada pelo Oceano Atlântico, e com vários bairros erguidos sobre antigos manguezais, como Liberdade, Kennedy, Coroado, Península, Areinha e dezenas de áreas palafitadas, o risco de o mar voltar aonde já esteve é sempre grande.
A combinação de poluição atmosférica e derretimento das geleiras do Ártico pode aumentar em 20 cm o nível dos oceanos até 2050. Portanto, Porto Alegre foi a mistura de omissão com descrença na ciência que levou à tragédia de maio.
Um estudo do Climate Central, órgão da UNU, baseado em dados da Nasa e outras pesquisas climáticas, indica que o aquecimento global pode aumentar o nível do mar e inundar 50 cidades, dentre as quais,partes São Luís. Na costa do Maranhão, seriam seriamente afetadas, as ilhas de Santana e Carrapatal (Humberto de Campos), que seriam submersas até 2100.
Os Lençóis Maranhense podem ficar parcialmente encoberto pelas águas. Também afetará o Pará (Ilha de Marajó), Rio de Janeiro (Ilha do governador, Campos Elísios e Duque de Caxias) e Rio Grande do Sul (Porto Alegre, Pelotas, Canoas e ilhas de Torotama e Machadinho).
No caso do RS nenhuma providências foi tomada. As comportas que impedem inundações em Porto Alegre estavam desativadas e as bombas de emergências não funcionavam. Foi preciso São Paulo socorrer com seus equipamentos, enquanto as cidades ficaram mais de um mês debaixo d’água, com prejuízos incalculáveis, população desabrigada e a economia destroçada.
Sem falar nas mortes. Aquele fenômeno riograndense já serve de material para o mundo todo aprofundar os estudos e levar mais a sério os avisos que a natureza emite, que muitos negam e ignoram para continuar devastando o meio ambiente. Passando a boiada.
PÍLULAS POLÍTICAS
Reação extremada (1)
Poucos acreditavam, mas acabou acontecendo. O PL do ex-presidente Jair Bolsonaro decidiu que vai expulsar o deputado maranhense Júnior Loureço, por ter votado pela absolvição do deputado André Janones no Conselho de Ética.
Reação extremada (2)
Agora, Júnior Lourenço, ligado do deputado Josimar do Maranhãozinho, terá de recorrer ao mesmo PL, à Justiça Eleitoral ou abandonar o partido antes da expulsão. O processo de Janones por suposto uso da rachadinhano gabinete, foi arquivado.
Erário banca
O Senado federal banca os R$ 317 mil relativos a cursos de mestrado e doutorado para os senadores Irajá (PSD-TO) e Eliziane Gama (PSD-MA) no IDP, faculdade que tem o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes como sócio.
Quem diria
O ministro Flávio Dino, do STF, votou nesta sexta-feira (7) pelo recebimento de uma queixa-crime do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) contra o deputado federal André Janones (Avante-MG). Jair questiona Janones (lulista) sobre xingamentos em sua rede social.