Deputado desafia colegas para luta livre de Telecatch
Por Raimundo Borges
O Imparcial – Nos primórdios da televisão no Brasil, os programas eram transmitidos em preto e branco, com o aparelho exposto na sala de visita e a janela aberta para favorecer a assistência dos vizinhos que não tinham uma TV. Era o tempo da “televizinho”.
Nos anos 60, 70 e começo da década de 80, uma das atrações mais populares da TV brasileira era o espetáculo do Telecatch – luta livre coreografada, transmitido pela extinta TV Excelso. Nada parecido com o MMA de hoje em dia. Tinha como sua estrela máxima Ted Boy Marinho, com a luta livre coreografada, tão popular como se fosse os jogos da Copa do Mundo.
Pois é, em pleno século 21, em que as redes sociais são os fenômenos comunicativos mais abrangentes, pelo alcance mundial, o deputado Yglesio Moisés (PRTB) decidiu propor aos colegas, com os quais tem desavenças ideológicas na Assembleia Legislativa do Maranhão – Carlos Lula (PSB) e Rodrigo Lago (PCdoB) –,o inacreditável desafio para uma luta de TeleCatch – possivelmente transmitida pelas redes sociais.
Obviamente, sem o patrocínio do conhaque Montilla, como era no modo original. Como os desafiados não toparam o enfrentamento de Yglesio, o suplente Soldado Leite, no exercício do mandato na Alema, tirando a licença do deputado Fernando Braide, disse topar. Porém, nada foi confirmado.

Realmente, atitude desse nível só pode ser uma brincadeira. Porém, oportunamente, a presidente Iracema Vale (PSB) decidiu interferir para avisar que o plenário da Alema não é ringue de Telecatch.
Realmente, o deputado estadual e médico Yglesio Moisés, já no segundo mandato e pré-candidato a prefeito da capital maranhense extrapolou ao desviar o exercício da representação parlamentar para algo que pode até ser espetacular nas redes sociais, mas foge completamente a função do legislador. Pelo menos foi o que o desafiado Carlos Lula, professor de direito constitucional, procurou ensinar em resposta ao desafiante.

No Brasil, o deputado estadual assim como todos os mandatários, tem suas funções definidas pela Constituição e pelo regimento interno das casas legislativas que compõem. Sua função principal é representar a população no que tange a elaboração de leis e ser o porta-voz de suas demandas junto aos demais poderes, além de fiscalizar o Executivo.
Apenas no Distrito Federal, que, obviamente, não é um estado e o deputado é distrital, há o acúmulo da função de deputado com a de vereador. Até o tratamento usual dos parlamentares tem linguagem protocolar no tratamento de “vossa excelência”, em respeito ao mandato.
Logo, se conclui que os representantes do povo, num Poder que consume uma boa parte do orçamento público para representar bem a população, não pode ter a função avacalhada com proposta de luta de teleCach. Se for uma brincadeira, ou até mesmo um espetáculo particular sem qualquer conotação com o exercício do mandato, pode ser aceitável.
Mas tentar-se resolver divergências político-partiária, de caráter ideológico, como propôs sua excelência, o deputado Yglesio Moisés, é simplesmente inconcebível. A democracia permite que as divergências no parlamento ocorram de várias formas, exceto com violência ou com uma proposta indecente de luta livre no formato telecach.
PÍLULAS POLÍTICAS
Pé na porta (1)
A senadora Eliziane Gama (PSD) promete cumprir a promessa de ter uma candidata à presidência do Senado, o eu marcaria um fato histórico caso seja vitoriosa. Seria a primeira vez que uma mulher chega à presidência do Senado e do Congresso em quase 200 anos.
Pé na porta (2)
Eliziane Gama se juntou à colega Soraya Thronicke (Podemos-MS) para buscar apoio da líder da bancada feminina, Leila Barros (PDT-DF), 10, para discutir sobre a próxima eleição interna para presidência da Casa, que ocorrerá em 2025. Rodrigo Pacheco está articulado para se revezar com Davi Alcolumbre.
Lobby da picanha (1)
Se o Lobby do agro, finalmente, se aliou ao presidente Lula e conseguiram incluir na reforma Tributária a proposta de isentar carnes e outras proteínas de impostos. O problema é que, nesse caso, beneficia mais quem tem dinheiro do que os pobres.
Lobby da picanha (2)
Os ricaços vão continuar comprando as chamadas carnes nobres e os pobres vão precisar chegar na frente, para não ficarem só com a vontade de queimar uma picanha na brasa, com a cervejinha, como Lula prometeu na campanha eleitoral.