Campanha acaba e Braide segue favorito no 1º turno
Por Raimundo Borges
O Imparcial – Tudo como dantes no quartel de Abrantes. Foi exatamente isso que aconteceu no debate da TV Mirante, na última 5ª feira, com os oito candidatos à prefeitura de São Luís. O prefeito Eduardo Braide (PSD) acabou sendo o protagonista do encontro televisivo – o único em que participou. Conseguiu sair ileso do tiroteio de chumbinho disparado pelos sete adversários.
Ele rebateu diretamente com outros petardos ou apenas tirou o corpo fora dos disparos mais perigosos. Como fez nos ataques de Wellington do Curso que o abordou sobre suposta investigação de corrupção. Braide colocou sob suspeita aplicações de emendas parlamentares pelo deputado, que concorre à prefeitura pela 3ª vez.
Quem esperava um confronto cheio de armadilhas e embates acalorados, não viu mais do que alguns arremessos, sem deixarem hematomas. Na campanha, Braide adotou a estratégia de não correr o risco de desgastes na sequência de debates e sabatinas, sabendo que sozinho contra sete e na condição de prefeito, a desvantagem era inegável.
Assim, chegou ao fim da campanha com o favoritismo crescente em todas as faixas sociais e sem ser afetado pela polarização ideológica entre direitistas bolsonaristas e esquerdistas. Teve o “socialista” Duarte Júnior como o concorrente mais perto, mesmo assim sem obter qualquer gesto de apoio do governador Carlos Brandão, de seu PSB, ao contrário do que fez o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT.
O resumo da ópera para sábado e domingo é o seguinte: acampanha eleitoral será encerrada neste dia 5, quando é permitida apenas o uso de alto-falantes ou amplificadores de som entre 8h e 22h, além da distribuição de material gráfico, realização de caminhada, carreata ou passeata, acompanhados ou não por carro de som até as 22h.
Já no domingo, é proibida a divulgação de qualquer espécie de propaganda, sendo considerados crimes o uso de alto-falantes ou amplificadores de som, a promoção de comício ou carreata, arregimentação de eleitores e publicação ou impulsionamento de novos conteúdos de partidos ou candidatos pelas plataformas assentada na internet.
Neste domingo, os 156,4 milhões de eleitores vão eleger 57.839 vereadores e 5.570 prefeitos com os respectivos vices. No total são 454.689 candidatos aos mandatos eletivos fundamentais à democracia brasileira. É importante lembrar que são os vereadores, as figuras políticas mais perto dos problemas da população, que conhecem cada eleitor e suas necessidades como cidadãos.
Mesmo assim, eles não participam de debate nas mídias e poucos são lembrados na hora do voto. Pesquisa do Datafolha indicam que, no entanto, 67% dos eleitores até dois dias atrás não tinham voto definido para vereador em São Paulo.
Mas é importante saber que os vereadores são representantes eleitos que só têm jurisdição de atuação dentro dos limites de um município. Historicamente, ele é o representante popular mais antigo até mesmo antes da democracia como regime político.
No caso brasileiro, a função de vereador remonta ao período da colonização. No entanto, na Roma Antiga, já existia um cargo político que cumpria ações semelhantes às de um vereador. Era o Edil. A origem é a palavra ‘verea’, termo latino que significa “pessoa que vereia” – alguém que orienta as decisões tomadas para a cidade ou até às localidades rurais afastadas.
Não resta dúvida de que, na administração pública, a função do vereador é propor leis que dizem respeito aos direitos dos cidadãos, de forma abrangentes, garantidos na Constituição Federal. Logo, a escolha do prefeito e do vereador é um ato de alta responsabilidade. Além de um dever cívico, a escolha tem o significado de um exercício de consciência, capaz de influenciar todo o futuro da sociedade.
Assim, é fundamental a compreensão do voto como alva da democracia, o poder de todos. O voto não pode ser negligenciado, trocado por favores ou comprado como se fosse o pão na padaria da esquina. O voto é a base da construção de uma sociedade justa e igualitária para todos.