Novo MDB pode animar Roseana sobre governo
Por Raimundo Borges
O Imparcial – Quando Roseana Sarney nasceu em 1953, o pai José Sarney estava terminando o curso de Direito na Universidade Federal do Maranhão e com um ano de casado com dona Marly que conheceu aos 16 anos. O jovem que teve a mais longa trajetória política do Brasil, naquele ano de 1953 sequer havia experimentado a vida partidária.
Hoje, com 94 anos e fora da política, a filha Roseana continua na Câmara dos Deputados no segundo mandato, depois de quatro vezes governadora do Maranhão e uma no Senado Federal. Como o MDB se agigantou em 2024, não é exagero imaginar que ela se anime por um novo mandato majoritário em 2026.
Desde 2006, quando foi expulsa do PFL por apoiar a candidatura à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Roseana Sarney está filiada ao PMDB que em 2017 voltou ao nome original de MDB, que abrigou o pai dela José Sarney em 1984 quando deixou a presidência do PDS para se unir a Tancredo Neves na última eleição do colégio eleitoral.
Tancredo foi eleito, faleceu e quem presidiu o Brasil foi o vice Sarney. Ultimamente Roseana é vista debatendo política nas emissoras do Sistema Mirante de sua família, deixando no ar dúvida se de fato pensa em um cargo majoritário nas próximas eleições de 2026.
Em 2021 Roseana foi eleita presidente regional do MDB, mas em 2023 passou o cargo ao empresário Marcus Brandão, que provocou um renascimento da legenda este ano. Tinha sete prefeitos e elegeu 37, acrescidos de 30 vice-prefeitos e mais de 200 vereadores.
O atual vice-presidente do diretório regional, deputado Roberto Costa foi eleito prefeito de Bacabal e o ex-presidente e ex-governador João Alberto tornou-se o mais votado na Câmara de Vereadores de Bacabal, fato que lhe permite disputar a presidência do legislativo. Portanto, o partido que mandou por décadas no Maranhão, voltou a ser grande também no Brasil, com 862 prefeitos, perdendo apenas para o PSD, que elegeu 891.
Como ainda é cedo para se abrir o debate das eleições de 2026, Roseana, no entanto, sinaliza aqui e ali que o futuro já chegou. Discute os problemas do estado, o mandato, a relação com o governador Carlos Brandão que articulou a entrada do irmão Marcus no MDB, e com o presidente Lula. Sua atuação na Câmara faz parte de uma construção de médio prazo.
Por enquanto, ela trabalha, junto com os Brandão para eleger, por aclamação, Roberto Costa presidente da Federação dos Municípios do Maranhão (Famem). Com uma base aliada de 12 partidos que juntos elegeram 157 prefeitos, Brandão não terá dificuldade em colocar Roberto Costa na Famem.
Nesse cenário ainda movimentado pelo resultado das urnas e a preparação dos prefeitos para o mandato que se inicia em 1º de janeiro, os irmãos Brandão e outras lideranças partidárias têm o ano todo de 2025 para pensar em 2026.
A deputada federal Roseana Sarney parece decidida a sair da posição discreta que costumar adotar, para debater sem rodeios e meias palavras as eleições majoritárias. Na semana que passou, ele se deteve por mais de uma hora em entrevista à Rádio FM Mirante News, quando emitiu opinião sobre os mais diversos temas da pauta política do momento.
Com a experiência política adquirida desde criança, a primeira mulher eleita governadora no Brasil e única a comandar um estado por quatro vezes sabe que cada pleito tem a sua história. Em 2022, por exemplo, seus apoiadores e as pesquisas indicavam que Roseana poderia ter uma votação capaz de levar mais um deputado para a Câmara. As urnas, porém, mostraram outra realidade.
Depois de oito anos sem mandato, em 2022, ela não passou dos 97 mil votos, a 11ª posição entre os eleitos. Não foi uma frustração, mas também não foi o esperado – bem longe da primeira colocada no ranking, Detinha, com 161,6 mil votos e o marido Josimar do Maranhãozinho, 3º colocado, com 158,3 mil. Quem sabe, em 2026 a eleição conte uma nova história para a ex-governador Roseana colocar na biografia.