Rede de intrigas prejudica o Maranhão que prospera
Por Raimundo Borges
O Imparcial – A eleição de 2026 está distante 22 meses, mas o ambiente político do Maranhão tornou-se irrespirável, atingido por uma rede de intrigas que se ocupa dia e noite de inventar e tecer futricas para tumultuar as disputas do Palácio dos Leões e do Senado Federal.
A fuxicaria que prospera no ambiente virtual das redes sociais e outras mídias digitais ganha dimensão espantosa, pelo desserviço que essa politicalha presta ao Maranhão. O tal rompimento entre o governador Carlos Brandão e o ministro do STF Flávio Dino está no centro do enredo, naturalmente envenenado pela força da boataria dos entornos.
Os dois candidatos que, juntos, na mesma chapa em 2014, demoliram o sistema sarneísta da política maranhense, hoje, do nada, aparecem em campos opostos do poder estadual. É paradoxal que, tanto Brandão quanto Dino tenham se apaziguado com os Sarney como nunca ocorreu antes. O governo Brandão, filiado ao PSB, está mais parecido com os quatro de Roseana Sarney (MDB), do que com os dois de Flávio Dino no PCdoB.
Aliás, o MDB que o ex-presidente José Sarney e a filha controlavam no Estado desde 1985, quando ele assumiu o Palácio do Planalto, hoje é presidido pelo empresário Marcus Brandão, irmão do governador. E saiu das eleições municipais como a segunda maior legenda em maior número de prefeitos no Maranhão (37) e o PSB de Carlos Brandão passou de seis para 18 prefeituras.

Enquanto o MDB avança para ganhar protagonismo nas eleições de 2026, o PCdoB que Flávio Dino o levou a um patamar jamais imaginado no Maranhão e no Brasil, definhou em 2024. Dos 22 prefeitos eleitos em 2020, o PCdoB ficou com apenas dois – em São Pedro do Rosário e Santo Amaro do Maranhão.
Como se pode perceber, as eleições de outubro redesenharam o mapa político Maranhão, cuja finalização se dará em 2026 com a eleição majoritária. E quem vai montar esse diagrama de poder é Carlos Brandão, rompido ou não com Flávio Dino, hoje um ministro do STF, proibido de fazer política.
Carlos Brandão teve a sorte de pegar o governo do Maranhão num momento especialíssimo. Como vice, já dava efetiva colaboração nos dois governos de Flávio Dino. Além disso, conhecia a engrenagem da máquina estadual como secretário em áreas diferentes do governo e como deputado federal de dois mandatos pelo PSDB (2006-2010).
Como governador, tem amplo apoio da Assembleia Legislativa, presidida pela deputada Iracema Vale (PSB), sua aliada de confiança. Brandão é apoiado pelo empresariado, conta com a parceria do presidente Lula, com três ministros maranhenses – eram quatro. Portanto, uma situação totalmente inversa de Flávio Dinona azeda relação com o governo Bolsonaro, que o tornou seu algoz ideológico e não tinha nenhum apreço pelo Maranhão.
O IBGE acaba de contabilizar mais de 500 mil maranhenses que saíram da pobreza no Maranhão em 2023, além de vários indicadores sociais e econômicos positivos. Apontam para uma mudança de patamar no Estado que tem tudo para avançar rumo a um desenvolvimento sustentável em todos os setores.
Depois de passar anos consumindo arroz do Vietnã, o Maranhão, é visto pela Embrapa Cocais como um “gigante a despertar”. Se tornou o primeiro produtor de arroz do Nordeste e o quinto do Brasil, sem falar no milho, soja e carne que renderam R$ 14,2 bilhões em exportação em 2023. Mandioca, banana, cana-de-açúcar e castanha de Caju, são outros produtos em destaque.
Isso tudo é apenas parte do Maranhão de hoje, que merece respeito, a partir de suas lideranças políticas. Foi por causa da politicalha atrasada que o Estado passou tanto tempo como o mais pobre do Brasil. É urgente, portanto, que se desfaça essa rede de intrigas que só debilita o esforço para levar o Maranhão ao bem-estar de sua população.
O ano de 2025 é para consolidar os indicadores sociais, avançar na indústria, no agro, no projeto da ZPE, no Porto do Itaqui, na Inpasa em Balsa e no Centro de Lançamentos de Alcântara. Essa rede de intriga política não acrescenta nada. Só atrapalha. A maranhensidade tem que se sobrepor aos ataques rasteiros da velha politicalha que só desune para maltratar o povo.