20 de maio de 2025
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Fufuca e Pedro Lucas no jogo da eleição majoritária de 2026

Por Raimundo Borges

O Imparcial – No Brasil polarizado como nunca se viu antes entre as ideologias de esquerda Lulista e a direita bolsonarista, com o meio dominado pelo Centrão, o Maranhão parece uma ilha do Pacífico em que a ideologia dominante é a dos sem ideologia política. De fato, a ignorância ideológica acaba virando ferramenta usada pelos donos do poder para garantir o controle social e político na manutenção de seus privilégios.

O debate que se trava no Maranhão hoje e em 2026 é se o governador Carlos Brandão vai abrir para o vice Felipe Camarão (PT) disputar o governo e ele se desincompatibilizar daqui um ano para concorrer ao Senado. Nesse caso, haveria o reatamento político de Brandão com o grupo flavista.

No meio desse caminho, porém, surge a figura do prefeito de São Luís Eduardo Braide (PSD) abrindo espaço na corrida ao Palácio dos Leões. Significa que tanto Camarão quanto Braide não brigam por espaço ideológico de esquerda ou de direita, mas pelo conjunto do eleitorado do centro. Quem busca se identificar com a direita bolsonarista é o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim, visitando municípios carregando a bandeira da direita, o que significa apoiar as instituições sociais tradicionais como família, comunidade local e religião.

Ele, Braide e Camarão têm um comum serem filiados a partidos fracos no Maranhão: O PSD de Braide só tem ele como prefeito; o Novo de Lahesio não tem nenhum e o PT de Camarão só tem um, em Estreito, embora tenha o presidente da República.

Felipe Camarão é um procurador da República de 43 anos, além de professor universitário de Direito Constitucional. É próximo de Flávio Dino e nem tanto de Carlos Brandão (PSB). Carlos Braide, 49 anos é advogado, ex-deputado estadual, federal e reeleito com prefeito 70% dos votos. Os dois são jovens, não carregam no currículo posturas ideológicas definidas na direita ou na esquerda, mas certamente se dão bem transitando pelo centro.

O Maranhão rompeu o ciclo sarneísta em 2014 com o “comunista” Flávio Dino porque o sarneísmo caducou e o “comunismo” de Dino nunca teve relação direta com marxismo. Afinal, como filiado ao PCdoB, ele juntou 16 partidos numa cesta irreconhecível ideologicamente e venceu.

No meio desse cenário, vale destacar que,se Brandão pensar disputar qualquer eleição terá que deixar o cargo até 4 de abril de 2026. Já Felipe Camarão, como vice-governador, tem o prazo de até junho para se desincompatibilizar. Porém, se for candidato a governador, assume tão logo Brandão desocupe a cadeira.

Ficando no poder, especula-se que Brandão apoiaria o ministro dos Esportes André Fufuca para os Leões e o deputado Pedro Lulas para o Senado. O jovem Orleans Brandão, secretário de Assuntos Municipalista do Estado sairia como vice na chapa de André Fufuca. Mas tudo isso precisa combinar com Lula e Dino, ambos interessados na candidatura de Camarão para o governo.

Daqui até abril de 2026, Brandão tem um ano para fazer a máquina do governo rodar na velocidade máxima em ações que produzam voto e permitam que as pesquisas possam traçar os cenários mais viáveis tanto dentro quanto fora do governo, inclusive quanto a posição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de ser ou não candidato à reeleição.

Sem falar no imbróglio envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro, obcecado para resolver seu drama judicial como patrocinador do golpe que deu errado, a tempo de concorrer ao Palácio do Planalto. líder da extrema direita, ele nem pensa em apoiar outro nome que venha a ocupar o seu espaço, mesmo tendo se tornado réu na ação penal no STF.

Esta semana, Brandão fez uma reunião no Palácio dos Leões com todos os secretários ligados ao Planejamento, Infraestrutura e Finanças, para definir o plano de obras em andamento e que podem ainda ser iniciadas para conclusão em 2026. São realizações em todas as áreas do governo, com forte repercussão no setor educacional.

Recursos federais do PAC, em parceria com o Estado, serão aplicados na reforma e conforto em centenas de escolas, cujo o objetivo é impactar a qualidade do ensino. É um jogo preliminar que o ‘técnico’Brandão não quer, nem de longe, vê-lo parecido com o que a Seleção Brasileira vem apresentado nas eliminatórias da Copa do Mundo, também em 2026, ano do vale-tudo eleitoral.

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