VÍDEO: Dino e Cármen Lúcia debocham dos “juristas de internet” em julgamento no STF
Revista Fórum – Já Moraes, em momento de descontração no julgamento do “Núcleo 2” da trama golpista, disse que Dino é “candidato a Papa”.
Os ministros que compõem a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) tiveram ummomento de descontração durante o julgamento das denúncias contra os integrantes do chamado “Núcleo 2” da trama golpista, nesta terça-feira (22). Todos os 6 acusados, entre general, ex-assessores e policiais ligados ao governo Bolsonaro, tornaram-se réus.
Em uma de suas intervenções, o ministro Flávio Dino, em tom de deboche, criticou o que chamou de “juristas de internet” – segundo ele, pessoas que opinam nas redes sociais sobre temas jurídicos complexos, disseminando fake news, sem qualquer conhecimento do assunto, trajetória profissional na área ou respaldo acadêmico, como vem ocorrendo em meio aos debates sobre a tentativa de golpe de Estado que está sendo julgada pela Corte.
“Quanto às fake news, acho muito mais constrangedor quando se trata de pessoas que se autodenominam juristas, que é um fenômeno contemporâneo. Tenho visto muitos se apresentarem como juristas. Como não os conheço, e por hábito desconfio da minha própria ignorância – o que considero uma atitude importante – vou pesquisar. E aí descubro que o jurista em questão não publicou um único livro publicado, não possui qualquer título acadêmico e jamais foi aprovado em concurso público. Ele é jurista de internet”, disparou Dino.
Em seguida, a ministra Cármen Lúcia deu sequência ao deboche, trazendo à tona outras interpretações para o termo “jurista”.
“Às vezes vossa excelência está levando jurista como se fosse o profissional do saber jurídico, e às vezes jurista tem outras conotações. Por exemplo, que pega dinheiro a juros, ou empresta, é jurista. Então, é preciso também levar com cuidado, as palavras em português são polissemânticas”, declarou.
Dino, então, emendou:
“E apenas para não deixar a bíblia de fora, quem empresta dinheiro a juros comete um pecado, segundo o Antigo Testamento”.
O ministro Alexandre de Moraes, por sua vez, arrematou a piada:
“Vossa excelência é candidato a Papa!”.
Veja vídeo:
Dino falando sobre os juristas de internet✔️
Carminha debochando, dizendo que quem empresta dinheiro a juros tb é jurista✔️
Xandão dizendo que Dino é candidato a Papa✔️
O STF tá uma delícia com esse trio❤️ pic.twitter.com/OFoZUcKvEQ
— Dino Debochado🦕 (@DinoDebochado) April 22, 2025
STF torna réus integrantes do “Núcleo 2” do golpe
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu aceitar, nesta terça-feira (22), a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra seis acusados de integrar o chamado Núcleo 2 da organização da trama golpista.
Seis acusados se tornaram réus e passarão a responder a uma ação penal. São eles: Fernando de Sousa Oliveira (delegado da Polícia Federal, ex-diretor de Operações do Ministério da Justiça e ex-secretário-adjunto de Segurança Pública do DF), Filipe Garcia Martins Pereira (ex-assessor para Assuntos Internacionais da Presidência da República), Marcelo Costa Câmara (coronel da reserva do Exército e ex-assessor da Presidência da República), Marília Ferreira de Alencar (delegada e ex-diretora de Inteligência da Polícia Federal), Mário Fernandes (general da reserva do Exército) e Silvinei Vasques (ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal).
Todos vão responder pelos crimes de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, envolvimento em organização criminosa armada, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.
Denúncia acatada por unanimidade
Nessa fase do processo, foi examinado apenas se a denúncia atendeu aos requisitos legais mínimos exigidos pelo Código de Processo Penal (CPP) para a abertura de uma ação penal. A conclusão foi de que a PGR demonstrou adequadamente que os fatos investigados configuram crimes (ou seja, havia materialidade) e que há indícios de que os denunciados participaram deles (autoria).
O placar final do julgamento no STF foi de cinco votos a zero pelo recebimento da denúncia da PGR.
Em seu voto, o ministro relator, Alexandre de Moraes, detalhou individualmente os indícios apresentados pela denúncia para cada um dos acusados, como documentos, registros de mensagens de celular, entradas em prédios públicos e depoimentos que confirmam as declarações do colaborador Mauro Cid.