Em almoço com Sarney, Brandão foge de debater sobre candidatos em 2026

Por Raimundo Borges

O Imparcial – O governador Carlos Brandão disse, nesta segunda, 05/05, que não escolheu nenhum nome para apoiar ao governo em 2026, não vai debater as próximas eleições este ano e que não mandou recado para ninguém, na fala em Bacabal, no último fim de semana.

Ele participou do almoço em que a Federação das Indústrias do Maranhão (Fiema) homenageou o ex-presidente José Sarney com uma condecoração, em reconhecimento à sua participação na história do Brasil na redemocratização e aos serviços prestados à indústria do Maranhão e do Brasil, em toda a sua trajetória política de meio século.

Num discurso de improviso para uma plateia formada por empresários de diferentes segmentos, José Sarney abordou o passado e o futuro do Maranhão. Lembrou da ampliação e estruturação do Porto do Itaqui na década de 1960, quando era ele o governador, e do futuro, abordou a construção do Porto de Alcântara, com a mesma capacidade de calado que fez do Porto do Itaqui e Ponta da Madeira (da Vale), o segundo do País em carga, atrás apenas do Porto de Santos, em São Paulo.

Sarney defendeu, como obras estruturantes de desenvolvimento regional, o projeto da linha ferroviária que ligará o futuro Porto de Alcântara, vizinho do Centro de Lançamentos Espaciais, à Estrada de Ferro dos Carajás e, mais adiante, à Ferrovia Norte-Sul. O Porto do Itaqui se tornou realidade quando Sarney foi governador do Maranhão (1965-1970) e a Norte-Sul, uma obra altamente contestada quando estava na Presidência, é hoje transformada na maior via de integração ferroviária do país – Norte-Centro-Oeste-Sudeste-Sul.

Brandão não manda recado
Em ligeiro contato com os jornalistas, o governador Carlos Brandão negou que esteja mandando recado a quem quer que seja. Sobre sua fala em Bacabal, quando disse que não vai apoiar quem perseguir seus aliados, ele esclareceu: “Não mandei recado para ninguém. Fiz apenas sinalização. Não se trata de enviar recado. Este ano é para executar as obras do governo, que são muitas, e não podemos perder o foco do que foi planejado e está sendo realizado para o povo maranhense. Sobre as eleições de 2026, realmente não haverá discussão nem sobre nome, nem sobre partido.

Apenas emitir sinais sobre não fazer sentido apoiar quem não estiver alinhado com o nosso grupo”.
Diante da insistência dos jornalistas sobre se já tem, pelo menos em mente, um nome que pode se tornar o candidato em 2026, Brandão continua não deixando brecha nem para especulação: “Não tenho nome porque ainda não discuti a respeito. O que disse em Bacabal vou repetir: não vamos apoiar candidato que não esteja alinhado com o grupo”.

Também foi evasivo quando indagado a respeito de permanecer ou não no PSB: “Por enquanto, não está nos planos trocar de partido. Mas como nada é definitivo em política, lá na frente… as coisas poderão ser diferentes”. Ele sabe que, se abrir o debate sobre a sucessão, num ano de política nacional dominado pelo radicalismo e indecisão sobre o que pode acontecer logo ali na frente, o governo acaba pelo meio do caminho.