11 de dezembro de 2025
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Como uma vila de pescadores se tornou uma das cidades mais ricas do planeta

Revista Fórum – Como uma vila de pescadores se tornou uma das cidades mais ricas do planeta.

Dubai, hoje um dos principais polos financeiros e turísticos do Oriente Médio, passou por uma das transformações urbanas e econômicas mais rápidas do século XX.

Até meados dos anos 1900, o território era um pequeno assentamento às margens do Golfo Pérsico, com economia centrada na pesca, no comércio regional e na extração tradicional de pérolas.

O período anterior ao desenvolvimento moderno foi marcado pela dependência desses setores. O emirado tinha uma população reduzida e vivia de atividades ligadas ao mar.

Mas as primeiras mudanças estruturais começaram após a descoberta de petróleo em pequenas quantidades. Embora as reservas fossem consideradas modestas em comparação às de outros países do Golfo, a exploração inicial permitiu financiar obras de infraestrutura. Estradas, instalações portuárias e o aeroporto passaram a compor o conjunto de investimentos que preparou o emirado para um novo ciclo econômico.

No início da exploração petrolífera, os hidrocarbonetos representavam cerca de 50% do PIB do Emirado, mas hoje essa área econômica representa menos de 1%.

Paraíso fiscal

A partir das décadas de 1970 e 1980, autoridades locais iniciaram uma política voltada à diversificação da economia: o governo estruturou zonas com baixa tributação para atrair empresas internacionais, buscou ampliar o fluxo comercial e desenvolveu legislações específicas para o setor de serviços financeiros.

O investimento internacional e a posição estratégica acabou se tornando um dos pontos centrais para que os Emirados Árabes Unidos se tornassem um porto seguro para todos os tipos de investidores ao redor do mundo.

Hoje, Dubai é um dos principais paraísos fiscais do mundo, atraindo bilionários de todos os continentes para se tornar um refúgio para diferentes valores.

“Os Emirados Árabes Unidos, de fato, toleram fluxos e transações ilícitas que outros centros financeiros internacionais mais conceituados evitam”, afirmou Ricardo Soares de Oliveira, professor da Universidade de Oxford, ao Centro Internacional de Jornalismo Investigativo.

Grande parte da força de trabalho mobilizada na construção desses projetos é composta por imigrantes de países do sul da Ásia, como Índia e Paquistão. Esses trabalhadores atuam em setores essenciais da economia local e ocupam funções de baixa remuneração sob legislações trabalhistas praticamente inexistentes, que construíram maravilhas como o Burj Khalifa.

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