Careca do INSS, principal suspeito do esquema de fraudes, depõe à CPMI nesta quinta
DCM – Antônio Carlos Camilo Antunes está preso e seu depoimento foi autorizado pelo ministro André Mendonça, do STF.
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga as fraudes bilionárias em aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) deve ouvir nesta quinta-feira (25) o depoimento de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”. Apontado pela Polícia Federal (PF) como um dos principais articuladores do esquema, Antunes foi presono dia 12 de setembro e está detido desde então na superintendência da PF em Brasília.
O depoimento ocorre após autorização do ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo o presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG), a oitiva representa um dos momentos mais importantes dos trabalhos da CPMI.
“Trata-se de quem é considerado o principal organizador de todo esse esquema criminoso. Desta vez temos o compromisso da defesa e a liberação do Supremo para ouvi-lo com tranquilidade”, afirmou.
Convocações e recuos anteriores
Antunes já havia confirmado presença em sessões anteriores, mas recuou, gerando ironias por parte de parlamentares. A decisão de depor ocorre depois da convocação de familiares e sócios ligados ao operador, entre eles sua esposa, filho e parceiros de negócios. Na semana passada, a comissão já havia ouvido o advogado Nelson Wilians Fratoni Rodrigues e Milton Salvador de Almeida Júnior, apontado como sócio oculto do esquema. Ambos negaram participação direta nas fraudes.
Votações e projeto de lei
Durante a sessão desta quinta, além do depoimento, os parlamentares podem votar até 30 requerimentos, incluindo convocações de empresários e presidentes de confederações supostamente envolvidos, além da solicitação de acesso a relatórios financeiros do Coaf. Também está prevista a análise de uma minuta de projeto de lei que endurece regras de fiscalização do INSS e reforça os poderes das CPIs para requisitar informações sigilosas.
O andamento da CPMI tem sido marcado por tensão e episódios de prisões em flagrante. Na segunda-feira (22), Rubens Oliveira Costa, ex-diretor de empresas ligadas ao Careca, foi detido durante a sessão por falso testemunho, após se contradizer diversas vezes em sua fala. Ele foi levado pela Polícia Legislativa e responderá à Justiça Federal.
Com o depoimento de Antônio Carlos Camilo Antunes, os integrantes da comissão esperam avançar na identificação dos beneficiários do esquema e no rastreamento dos recursos desviados do sistema previdenciário.