Polícia divulga lista parcial de mortos; apoio à operação é majoritário no Brasil, no Rio e em favelas cariocas, diz pesquisa
BBC – O secretário da Polícia Civil do Rio de Janeiro, delegado Felipe Curi, afirmou nesta sexta-feira (31/10) que foram identificadas, até o momento, 99 das pessoas que morreram na Operação Contenção realizada na terça-feira.
A operação, no entanto, não atingiu parte da cúpula do Comando Vermelho: Edgard Alves de Andrade, o Doca, apontado como maior líder da facção em liberdade, segue sendo procurado.
Assim como Pedro Paulo Guedes, o Pedro Bala, Juan Pedro Ramos, o BMW, e Carlos da Costa Neves, o Gardenal. A BBC News Brasil questionou a Polícia Civil sobre a lista completa dos presos, mas não obteve resposta.
Até o momento, os mortos idetificados são:
- Adailton Bruno Schmitz da Silva
- Adan Pablo Alves de Oliveira
- Aleilson da Cunha Luz Junior
- Alessandro Alves de Souza
- Alessandro Alves Silva
- Alexsandro Bessa dos Santos
- Alisom Lemos Rocha
- Anderson da Silva Severo
- André Luiz Ferreira Mendes Junior
- Arlen João de Almeida
- Brendon César da Silva Souza
- Bruno Correa da Costa
- Carlos Eduardo Santos Felício
- Carlos Henrique Castro Soares da Silva
- Cauãn Fernandes do Carmo Soares
- Célio Guimarães Júnior
- Claudinei Santos Fernandes
- Cleideson Silva da Cunha
- Cleiton Cesar Dias Mello
- Cleiton da Silva
- Cleiton Souza da Silva
- Cleys Bandeira da Silva
- Danilo Ferreira do Amor Divino
- Diego dos Santos Muniz
- Diogo Garcez Santos Silva
- Douglas Conceição de Souza
- Eder Alves de Souza
- Edione dos Santos Dias
- Edson de Magalhães Pinto
- Emerson Pereira Solidade
- Evandro da Silva Machado
- Fabian Alves Martins
- Fabiano Martins Amancio
- Fabio Francisco Santana Sales
- Fabricio dos Santos da Silva
- Felipe da Silva
- Fernando Henrique dos Santos
- Francisco Myller Moreira da Cunha
- Francisco Nataniel Alves Gonçalves
- Francisco Teixeira Parente
- Gabriel Lemos Vasconcelos
- Gustavo Souza de Oliveira
- Hercules Salles de Lima
- Hito José Pereira Bastos
- Jean Alex Santos Campos
- Jeanderson Bismarque Soares de Almeida
- Jonas de Azeredo Vieira
- Jônatas Ferreira Santos
- Jonatha Daniel Barros da Silva
- José Paulo Nascimento Fernandes
- Josigledson de Freitas Silva
- Juan Marciel Pinho de Souza
- Kauã de Souza Rodrigues da Silva
- Kauã Teixeira dos Santos
- Kleber Izaias dos Santos
- Leonardo Fernandes da Rocha
- Luan Carlos Dias Pastana
- Luan Carlos Marcolino de Alcântara
- Lucas da Silva Lima
- Lucas Guedes Marques
- Luciano Ramos Silva
- Luiz Carlos de Jesus Andrade
- Luiz Claudio da Silva Santos
- Luiz Eduardo da Silva Mattos
- Maicon Pyterson da Silva
- Maicon Thomaz Vilela da Silva
- Marcio da Silva de Jesus
- Marcos Adriano Azevedo de Almeida
- Marcos Antonio Silva Junior
- Marcos Vinicius da Silva Lima
- Marllon de Melo Felisberto
- Maxwel Araújo Zacarias
- Michael Douglas Rodrigues Fernandes
- Michel Mendes Peçanha
- Nailson Miranda da Silva
- Nelson Soares dos Reis Campos
- Rafael Correa da Costa
- Rafael de Moraes Silva
- Ricardo Aquino dos Santos
- Richard Souza dos Santos
- Rodolfo Pantoja da Silva
- Ronald Oliveira Ricardo
- Ronaldo Julião da Silva
- Tiago Neves Reis
- Vanderley Silva Borges
- Victor Hugo Rangel de Oliveira
- Vitor Ednilson Martins Maia
- Wagner Nunes Santana
- Waldemar Ribeiro Saraiva
- Wallace Barata Pimentel
- Wellington Brito dos Santos
- Wellinson de Sena dos Santos
- Wendel Francisco dos Santos
- Wesley Martins e Silva
- Willian Botelho de Freitas Borges
- Yago Ravel Rodrigues Rosário
- Yan dos Santos Fernandes
- Yure Carlos Mothé Sobral Palomo
- Yuri dos Santos Barreto
Nenhum dos nomes divulgados até agora aparece na denúncia do Ministério Público, que foi uma das bases da operação — a BBC teve acesso à íntegra do documento.
Pesquisa AtlasIntel realizada entre a quarta (29/10) e quinta-feira (30/10) mostrou que a operação tem apoio da maioria dos brasileiros (55%). No Rio de Janeiro, a proporção foi maior: 62% disseram aprovar a operação, com o percentual aumentando ainda mais entre os moradores de favelas (80%).
Segundo dados oficiais, 121 pessoas morreram e 113 foram detidas na megaoperação contra o Comando Vermelho, a ação policial mais letal da história do Brasil.
Curi afirmou que, dentre os mortos identificados, 42 tinham mandados de prisão pendentes, 78 apresentavam “relevante histórico criminal por vários crimes graves” e 39 eram de outros Estados:
- 13 do Pará
- 7 do Amazonas
- 6 da Bahia
- 4 do Ceará
- 4 de Goiás
- 3 do Espírito Santo
- 1 da Paraíba
- 1 de Mato Grosso
O governo do Rio de Janeiro ainda não divulgou uma lista com os nomes das pessoas que foram presas na operação. No entanto, todos os presos, segundo Curi, tiveram a prisão preventiva decretada na audiência de custódia. “O que mostra que todas as prisões realizadas durante a operação foram dentro da legalidade.”
Quem são os policiais mortos
Dentre os 121 mortos, quatro eram policiais, cujas identidades já haviam sido divulgadas:
- Marcus Vinícius Cardoso de Carvalho, 51 anos, comissário da 53ª DP (Mesquita);
- Rodrigo Velloso Cabral, 34 anos, da 39ª DP (Pavuna);
- Cleiton Serafim Gonçalves, 42 anos, 3º sargento do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope);
- Heber Carvalho da Fonseca, 39 anos, 3º sargento do Bope.
Como foi a operação
A operação policial contra o Comando Vermelho desta terça-feira foi a mais letal já registrada no país.
Movimentos de direitos humanos classificam a operação como uma chacina e questionam sua eficácia como política de segurança.
O grande número de vítimas também foi criticado pelo Alto Comissariado dos Direitos Humanos das Nações Unidas, que se disse “horrorizado” com a operação nas favelas.
A operação envolveu 2,5 mil agentes das forças de segurança do Rio de Janeiro para cumprir 180 mandados de busca e apreensão e 100 mandados de prisão em uma área de 9 milhões de metros quadrados.
