Eliziane no turbilhão da Eleição municipal de SL
Por Raimundo Borges
O Imparcial – Entre 2006 e 2018, a senadora Eliziane Gama teve uma carreira política meteórica e rara no Maranhão, estado em que as vagas de senador quase sempre são preenchidas por alguém com passagem pelo Palácio dos Leões.
De deputada estadual duas vezes (2006-2010) e duas como deputada federal, ela galgou uma cadeira no Senado Federal em 2018, na chapa liderada por Flávio Dino na reeleição de governador. Em 2014, Eliziane foi a única deputada federal do Maranhão e considerada uma das mais atuantes do Congresso, em levantamento realizado pelo portal Congresso em Foco.
Eliziane ainda disputou por duas vezes, sem sucesso, a prefeitura de São Luís (2012 e 2016) e chega a 2024 numa posição que contraria a regra partidária. Como filiada ao PSD, legenda que abriga também o prefeito Eduardo Braide, ela já declarou apoio ao deputado federal Duarte Júnior (PSB), partido do governador Carlos Brandão.
Duarte e Braide disputaram o 2º turno da eleição de São Luís em 2020 e desde então ambos aparecem na mesma posição sobre 2024. O atual prefeito mantém uma distância considerada em relação a Duarte, num cenário que tem tudo para a disputa vir a ser uma repetição de quatro anos atrás.
Eliziane passou 14 no PPS (que se fundiu com o PMN), transitou pela Rede, Cidadania e hoje está no PSD. O que faz a diferença da eleição de 2020 para a de 2024 é que, naquela Duarte Júnior foi apoiado pelo então governador Flávio Dino e agora tem o governador Brandão em seu palanque. Por sua vez, Eliziane Gama não está na disputa, mas tem uma sólida base política consolidada no meio evangélico de São Luís.
Como senadora, ela tem uma presença marcante desde a CPI da Covid, quanto na que investigou os atos golpistas de 08 de janeiro de 2023, a qual ela operou como relatora. Com tanto destaque, ela chegou até cogitar disputar a presidência do Senado.
Caso não haja outro posicionamento de Eliziane sobre o pleito da capital, ela pode se manter equidistante da refrega eleitoral entre o prefeito de seu partido e o deputado socialista. Também ninguém qual a posição do senador Weverton Rocha, do PDT, legenda que por 20 anos mandou na política de São Luís, elegendo três vezes, o médico Jackson Lago ao Palácio La Ravardière e uma ao governo estadual.
Portanto, no período em que, pela primeira vez o Maranhão conta com duas senadoras e um senador, nenhum dos três está trabalhando em favor da disputa eleitoral na capital.
A senadora Ana Paula Lobato é uma incógnita eleitoral em 2024, na capital maranhense.Ana Paula teve passagem pelo PPS, quando disputou em 2010 a eleição de deputada estadual, depois se filiou ao PDT do colega Weverton Rocha. Em 2022 foi indicada a primeira suplente do candidato Flávio Dino, já pelo PSB. Partido do qual ela se desfiliou para retornar ao PDT.
Como filha de Pinheiro, na baixada maranhense, pouco se sabe sobre como ela vai desenvolver suas atividades políticas nas eleições municipais deste ano. Ela já foi vice-prefeita do atual mandatário de Pinheiro, Luciano Genésio que, por sua vez lançou o médico Dr. Caio como candidato à sua sucessão.
PÍLULAS POLÍTICAS
Indiciados (1)
Os rolos enraizados no famigerado orçamento secreto, criado no governo, acabou por bater forte na Esplanada, pegando o ministro das Comunicações, Juscelino Rezende Filho (UB) e sua irmã Luanna Rezende, prefeita de Vitorino Freire, reduto do clã Rezende.
Indiciados (2)
A polícia Federal investigou o uso de volumosos recursos de emendas parlamentares do tal orçamento, aplicados em obras da Codevasf, que beneficiaram fazendas da família Rezende. Juscelino jura não tem culpa no cartório e que a encrenca será plenamente esclarecida.
Bom senso
A deputada Iracema Vale, presidente da Alema, anunciou a retirada de pauta, do pro de lei 247/2024, do deputado Juscelino Marreca (Patriota), para reconhecer o “São João da Thay” como Patrimônio Cultural Imaterial do Maranhão. Era só o que faltava.
Mão no jarro
Quando a política sai do espaço nobre das mídias e ganha as páginas policiais, algo está podre no poder. A PF fez busca a apreensão contra dirigentes do PROS, por conta do desvio de R$ 36 milhões dos fundos Eleitoral e Partidário em 2022.