22 de outubro de 2024
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O que dizer sobre as eleições de outubro

Por Raimundo Borges 

O Imparcial – Amenos de 100 dias das eleições municipais, o debate sobre as pré-candidaturas ainda não ganhou uma discussão relevante e necessária sobre o que os mandatos de 2025 a 2028 representam para o Brasil.

Em outubro, o eleitor vai para a sessão eleitoral em busca de eleger 5.569 prefeitos e 58.114 vereadores, cujos critérios de escolha dos candidatos nem sempre significam o verdadeiro sentido do voto para a gestão municipal e a representação legislativa mais perto dos problemas de cada cidade. Portanto, o descompasso entre o voto e a qualidade dos eleitos deve ser amplamente debatido e avaliado antes da eleição.

O Brasil viveu em 2022 e começo de 2023, o maior ataque à democracia, ao sistema eleitoral e ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. A extrema-direita surgiu como uma força jamais vista na história do país a contestar, de forma criminosa, a integridade da urna eletrônica, mas apenas na votação do candidato vencedor.

Nenhuma observação às eleições de governador, senador e deputados. Por muito pouco o Brasil não passou por um golpe de estado em 08 de janeiro de 2023, perto de completar 59 anos da ditadura militar de 1964. Portanto, as eleições deste ano refletem a divisão fundamentalista, de caráter ideológica do país de 2022 e mantém o ambiente tenso para 2026.

No Maranhão, a eleição de São Luís tem chamado mais atenção do que as dos 216 demais municípios. As pesquisas colocam o prefeito Eduardo Braide (PSD) na lideranças das intenções de voto, seguido pelo deputado federal Duarte Júnior (PSB), mas ainda não retratam o real sentido das demandas sociais que descarregam nas eleições.

Ao contrário das disputa nacionais em que o eleitor vota pensando em emprego, inflação, taxa de juros, salário, pautas sociais e agenda de costumes, por exemplo, no município a agenda é sobre os problemas mais imediatos, como saúde, honestidade, educação, etc.

No caso da capital maranhense, o prefeito Eduardo Braide definiu como prioridade de sua gestão, o novo plano de mobilidade urbana para as principais vias de trânsito. Porém, em sua Carta Compromisso da campanha de 2020, Braide estabeleceu 33 prioridades, mas sem tratar diretamente das mudanças que empreendeu no trânsito, hoje vitrine principal de sua gestão.

Assim como o antecessor Edivaldo Júnior marcou seu governo com Ecopontos e recuperação das praças, resgatando a função social que tais espaços públicos significam para as cidades, Braide optou por acabar rotatórias, mudar sentido do fluxo viário e valorizar a parte urbanística das principais avenidas, além de atuar nos bairros e zona rural.

No essencial, as eleições de outubro projetam um cenário nacional em mutação, embora com a polarização entre os dois polos antagônicos, liderados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu opositor de 2022, Jair Bolsonaro. Ambos são cabos eleitorais de suma importância para os respectivos polos políticos.

No âmbito estadual, o governador Carlos Brandão já está atuando nos principais colégios eleitorais para eleger muitos prefeitos do PSB e aliados. Em São Luís, o candidato Duarte Jr tem o apoio de 12 partidos, mas o grande fato relevante é a ausência de Flávio Dino na campanha desde 2006, quando trocou a toga de juiz pela política partidária, elegendo-se deputado federal. Agora, o impeditivo é a toga do STF.

PÍLULAS POLÍTICAS 

Provocação (1)

Em uma provocação ao seu adversário Jair Bolsonaro, o presidente Lula disse que vai derrotá-lo em 2026 e mostrar que quem está no poder só perde eleição de for incompetente. A exemplo do antecessor do PL, que vem percorrendo o país, Lula também faz a mesma coisa.

Provocação (2)

A campanha não começou, mas o presidente está tirando mais tempo para visitar os estados, com o objetivo de fortalecer o PT e exigir o máximo de candidatos a prefeitos nos principais municípios. Lula sabe que Bolsonaro está inelegível, mas é uma força considerável.

Na fritura (1)

O ministro das Comunicações Juscelino Filho permanece no governo, mesmo sendo denunciado pela Polícia Federal por supostos atos de corrupção quando deputado federal. Mas Lula espera que ele peça para sair, enquanto Juscelino espera que Lula o demita.

Na fritura (2)

O staff político de Lula tenta negociar com a União Brasil a troca de Juscelino por outro membro do Partido, que tem 59 deputados na base do Congresso. Porém, o presidente vai evitar uma crise com a UB no momento que mais precisa de apoio parlamentar nas votações complicadas.

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