27 de julho de 2024
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Hamas aceita cessar-fogo, mas qualquer festa é prematura

Revista Fórum – Israel não confirma que aceitou proposta árabe.

O Hamas anunciou que aceitou a proposta de mediadores do Egito e do Qatar por um cessar-fogo em Gaza, levando a população local a celebrar.

O acordo, em três fases, seria implementado durante 42 dias. Na fase dois, as negociações avançariam para um cessar-fogo permanente.

Na primeira, os reféns ainda mantidos em Gaza seriam soltos.

Nas últimas semanas, Estados Unidos e o Hamas trocaram acusações sobre quem estava tentando evitar um acordo.

O Hamas disse que o primeiro ministro Benjamin Netanyahu é quem estava criando impedimentos, para prolongar a guerra e se manter no poder.

Citada pelo diário israelense Haaretz, uma fonte anônima disse que, pelo acordo, Israel não retomará a ofensiva militar em Gaza depois do cessar-fogo.

O Departamento de Estado, através de seu porta-voz, disse que está analisando a resposta do Hamas e que o objetivo de Washington é um cessar-fogo que leve à soltura dos reféns e aumento da ajuda humanitária.

Na Al Jazeera, fontes do governo de Israel asseguram que o governo não aceita a proposta do Egito e do Qatar.

Porém, uma fonte do Hamas disse à emissora que recebeu dos mediadores a informação de que o acordo tem o endosso pessoal do presidente Joe Biden.

AGUARDANDO RESPOSTA DE ISRAEL

Netanyahu já iniciou a retirada de refugiados civis de Rafah, com o objetivo de atacar o que assegura ser o último refúgio do Hamas no território palestiono ocupado.

Cerca de 100 mil pessoas receberam o alerta para deixar a cidade.

O ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, foi ao X para repelir a ideia de um acordo:

Os exercícios e jogos do Hamas tem apenas uma resposta: uma ordem imediata para ocupar Rafah! Aumentar a pressão militar e continuar até a derrota completa do Hamas.

A Casa Branca trabalhou intensamente por um acordo, chegando a suspender uma remessa de munição para Israel com o objetivo de convencer Netanyahu a ceder.

Porém, o primeiro-ministro tem dito que Israel seguirá adiante mesmo em completo isolamento internacional.

Na semana passada, o diário Jerusalem Post chegou a publicar a visão de Netanyahu em relação ao futuro de Gaza.

Em 2035, o território palestino terá compartilhado sua soberania com Israel e diversos estados árabes vizinhos, recebendo como compensação a criação de empregos.

Gaza, de acordo com o sonho de Netanyahu, se tornaria um porto de passagem para as exportações dos países do Golfo Pérsico aliados de Israel, além de um lucrativo mercado imobiliário em lugar nobre do mar Mediterrâneo.

Mesmo sendo um sonho tresloucado, que não foi combinado com os palestinos, é revelador do motivo pelo qual Israel jamais aceitará um estado palestino soberano.

Controlar o território do rio ao mar, para Israel, é garantia de um futuro imensamente lucrativo.

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