4 de outubro de 2024
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Voçoroca ameaça engolir Buriticupu no MA

DCM – O fenômeno das voçorocas tem causado grande preocupação no oeste maranhense, especialmente para os moradores de Buriticupu, onde a falta de infraestrutura adequada permitiu que essas crateras gigantes se formassem. As informações são do Jornal Nacional, da TV Globo.

Essas voçorocas, algumas com até 600 metros de extensão e 80 de profundidade, estão avançando em direção à cidade, colocando em risco a segurança de centenas de casas.

Relatos de moradores

Expedita Costa da Silva, uma lavradora que vive próximo a uma voçoroca, relatou o medo que sente durante as chuvas. “Quando tá chovendo, cai a barreira, que estremece o chão”, disse ela.

Sem obras de contenção, as voçorocas continuam a se expandir, engolindo casas e terrenos. Em dez anos, 53 casas foram destruídas pelas crateras, sendo três apenas este ano.

Seu Carlos Rodrigues Mendes é outra vítima das voçorocas. No mês passado, a casa dele desabou devido ao avanço da cratera. Felizmente, ele já havia deixado o local dias antes. “Saí porque não tinha jeito. Não dava mais pra ficar, tava muito próximo”, explicou ele. A família de seu Benedito, um aposentado, precisou retirar o material do telhado para aproveitar na construção de uma nova casa após também ser forçado a se mudar.

Miqueias Oliveira, um vendedor local, expressou sua preocupação com o avanço das voçorocas. “A cada pessoa que vai saindo, mais próximo da gente vai chegando. Então, uma hora pode ser minha vez. Isso deixa a gente com sentimento de medo e frustração”, disse ele.

Voçorocas avançam no Oeste do Maranhão. (Foto: Reprodução)

Medidas de contenção

A prefeitura de Buriticupu recebeu mais de R$ 4 milhões do governo federal para assistência emergencial e construção de 89 casas populares para famílias afetadas pelas voçorocas, mas ainda aguarda mais recursos para obras de drenagem e contenção.

O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional informou que a prefeitura solicitou mais de R$ 40 milhões para obras emergenciais e que o processo está em fase final de avaliação. Marcelino Farias, professor e doutor em ciência do solo, afirmou que a contenção é necessária para evitar que novas áreas sejam prejudicadas. Embora as obras de engenharia para conter as voçorocas sejam caras, ele enfatizou que precisam ser iniciadas para proteger a comunidade.

Interior de São Paulo

Uma outra voçoroca, com 300 metros de extensão, está avançando gradualmente em direção à área urbanizada da cidade de Lupércio, localizada no interior de São Paulo. Desde 2017, imagens de satélite têm registrado o aumento da erosão, agora próxima de uma das vias principais do município.

O fenômeno, também conhecido como ravina, é uma depressão erosiva formada geralmente pela ação das águas que não conseguem penetrar no solo. Localizada a cerca de 100 quilômetros de Bauru, Lupércio abriga uma população de 3.981 habitantes e enfrenta o desafio iminente representado por essa cratera em expansão.

 

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