Os ciclos e o círculo que movem a política do MA
Por Raimundo Borges
O Imparcial – A política do Maranhão funciona como uma figura geométrica estruturada em círculo polígono, ou, simultaneamente, em ciclos sequenciados de poder. Nos últimos 80 anos, o Maranhão passou pelos ciclos do vitorinismo, comandado por Vitorino Freire; do Sarneísmo – o mais longo de todos –, comandado por José Sarney, que durou quase 50 anos; e finalmente, o dinismo, que derrotou o sarneísmo e durou de 2014 e 2024.
Com ele no Supremo Tribunal Federal, começa a ganhar relevância histórica, o recém-criado Brandonismo, grupo político que caiu, como uma dádiva irrecusável, no colo do governador Carlos Brandão.
Por sua vez, a modelagem política por círculo é a maneira de como a disputa pelo poder estadual começa, normalmente, da capital São Luís rumo ao interior. Nunca se deu no sentido inverso – de um prefeito do Sul do Estado ganhar força eleitoral para se tornar governador. O poder no Maranhão se propaga sempre a partir da capital, principalmente, depois da eleição de José Sarney em 1965.
Como presidente do Brasil, Sarney impediu surgir o cafeteirismo, ao cooptar, em 1986, Epitácio Cafeteira para torná-lo governador num momento auspicioso da história do Brasil e do Plano Cruzado, impedindo. Eleito no “passeio”, com um milhão de votos, mas sem coragem de projetar um sistema próprio de poder estadual.
Como as eleições do Maranhão, assim como no Nordeste e no Norte são movidas ao dinheiro dos orçamentos federal, estadual e municipal – aqui e acolá com participação empresarial –, a votação é encabrestada numa escala financeiramente adotada nos diferentes níveis de representação popular.
O dinheiro de convênios, transferências, emendas parlamentares segue numa onda circular, saindo da burocracia pública de Brasília e do Estado na direção capital-interior. Nos municípios, a engrenagem partidária é obscurecida pela figura dos chefes políticos endinheirados, agindo à luz do dia no “convencimento” do eleitor para candidaturas nem sempre merecedora do mandato.
Embora a política esteja hoje com um perfil inovador,baseado nas redes sociais e nas demais mídias digitais, entretanto, no Maranhão, o modo analógico da compra do voto permanece tão atual como em décadas passadas. O palanque eleitoral foi extinto, o trio-elétrico proibido e os políticos aproveitam poder da audiência nas redes sociais.
Porém. o tempero mais atrativo das campanhas continua sendo o dinheiro, calculado em milhões de reais, dependendo da importância do mandato em disputa. Com orçamento secreto, emenda pix ou qualquer atalho para chegar ao eleitor com recursos públicos, a prática nunca sai de moda na campanha.
Assim, a história política do Maranhão depois de atravessar o meado do século 20 e chegar ao 1/4 do século 21 passando de ciclo em ciclo, o governador Carlos Brandão está iniciando o mais novo deles. Se não ocorrer algum contratempo no cenário atual, que deixou para trás o sarneísmo e o dinismo, o brandonismo do governador de Colinas pode se alongar por um bom tempo.
Com uma oposição quase invisível, Carlos Brandão só precisa não deixar o trem do poder descarrilar. Ele está com a faca e o queijo para se eleger em outubro o maior número de prefeitos, se tornar senador em 2026, fazer o vice Felipe Camarão o sucessor. Ou quem sabe, outro nome de sua conveniência.
PÍLULAS POLÍTICAS
No eixo do desenvolvimento (1)
O Sebrae do Maranhão, completou ontem 52 anos de história que se poderia resumir no seguinte: “O Sebrae é o eixo da engrenagem do Sistema S, notabilizado como instituição fabricante de sonhos que se tornam realidade entre micro e pequenos empresários”.
No eixo do desenvolvimento (2)
No Maranhão, o Sebrae está presente numa rede de 160 salas do empreendedor e acaba de realizar em Balsas, centro da produção do agro maranhense, a primeira feira do empreendedor fora da capital. O presidida Celso Gonçalo de Sousa ficou surpreendido com o sucesso.
Toga tamanho G (1)
Fontes próximas do ministro do STF Flávio Dino garantem que ele teve que mandar fazer um grande ajuste no tamanho da toga para compatibilizá-la ao corpo que acaba de derreter pelo menos 32 quilos. Dino mudou da política e os hábitos alimentares.
Toga tamanho G (2)
Dino entrou num regime jurídico do peso, daquele compromisso que não tem nada parecido com a chamada “dieta da lua”. Foi malhação pura, para dar conta das intensas jornadas de trabalho que os ministros da Suprema Corte são submetidos.
O “Quem achar que o Lulinha tá cansado pergunte para a Janja. Ela é testemunha ocular quando falo que tenho 70 anos de idade, energia de 30 e tesão de 20, eu estou falando com conhecimento de causa”
Do presidente Lula, respondendo quem o chamar de velho por causa colega americano de Joe Biden