Campanhas seguem no MA sem reforço de Brandão, Lula e Jair
Por Raimundo Borges
O Imparcial – Como o Brasil há muito tempo deixou de ser o “País do Futebol”, ficou mais interessante para quem tem o título de eleitor, debater política centrada na campanha municipal das 5.470 cidades. Afinal, a Seleção está apanhando feio até do vizinho Paraguai nas eliminatórias da Capa do Mundo.
Assim, o entretenimento das quatro linhas foi transferido às possibilidades dos candidatos das eleições do 6 de outubro, com o país idelogicamente dividido entre Bolsonaristas e Lulistas. No Maranhão, por exemplo, a campanha de TV, rádio e redes sociais deixou para trás o modo de buscar o em carreatas, motociatas e comícios.
Dos oitos candidatos que disputam a prefeitura de São Luís, apenas Eduardo Braide (PSD) e Duarte Júnior (PSB), na dianteira das pesquisas, despertam o interesse do eleitor. Braide segue no favoritismo para levar a reeleição já no dia 6 de outubro, enquanto o concorrente mais perto, Duarte Júnior adota toda uma estratégia da propaganda eletrônica, para adiar o final do jogo para o segundo turno.
Em Imperatriz reina total indefinição entre os deputados Rildo Amaral (PP) e Josivaldo JP (Republicanos – com um cenário desenhado nas pesquisas para ocorrer o segundo tuno, conquistado pelo eleitorado em 2024.
Em Caxias, no sertão maranhense, a disputa da prefeitura é travada no âmbito familiar entre os Gentil, na figura do atual prefeito Fábio Gentil, que apoia o sobrinho Gentil Neto, e os Marinho, com o ex-prefeito Paulo Marinho suando a camisa para levar o filho Paulinho Jr ao Palácio da Cidade, sede da prefeitura.
Os dois se revezam na dianteira das pesquisas, ocorrendo a mesma situação no vizinho município de Timon. A disputa maior é travada entre o deputado Rafael Leitoa, que se desfez destesobrenome, e a prefeita Dinair Veloso, seguidos, à media distância, pelo empresário Henrique Júnior.
Em Barreirinhas, dentro do Parque Nacional dos Lenções Maranhense, titulado recentemente pela Unesco como Patrimônio Natural da Humanidade, a prefeitura está em meio a uma engrenagem política, de desnortear o mais arguto eleitor. O jovem estreante Vinícius Vale (PSB) entrou forte na corrida eleitoral, forçando uma desarrumada do lado da situação oposta.
O prefeito Dr. Amílcar desistiu de concorrer para apoiar seu antigo adversário, ex-prefeito Leo Costa que, por sua vez, nas mesmas circunstâncias, lá atrás, se aliou a Albérico Filho, para enfrentar o mesmo Amílcar, apoiado na época por Flávio Dino, governador.
Na Ilha de São Luís, o município de São José de Ribamar conta com o prefeito Dr. Julinho Matos em situação de franco favoritismo, bem distante do segundo colocado, Dudu Diniz, apoiado pelo governador Carlos Brandão. E Julinho tem o apoio de Josimar do Maranhãozinho e do Senador Weverton Rocha.
Em Paço do Lumiar, o advogado Fred Campos também está em posição de ampla vantagem nas pesquisas. Esta semana, ele conseguiu no STJ, se livrar da tornozeleira eletrônica, que a justiça mandou pôr, no bojo da “Operação 18 Minutos”, o que lhe permitirá, agora, intensificar a campanha com mais desembaraço.
Um fato que os analistas políticos não perdem de vista é a influência nas eleições municipais de 2024, tanto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva quanto de Jair Bolsonaro. Os dois estão no centro da divisão ideológica do Brasil entre extrema direita e esquerda. No Maranhão, eles ainda não provocaram qualquer alteração na campanha.
Assim também ocorre com o governador Carlos Brandão pelo menos nos maiores municípios. Ele atua fortemente para eleger o maior número de prefeitosna base aliada, mas o rumo da campanha está mostrando uma tendência nova: maior independência do eleitor em relação às forças do Executivo que atuam sobredeterminadas candidaturas, em todo o país.