11 de fevereiro de 2025
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Que 2025 seja de luta, mas contra a pobreza e a fome

Por Raimundo Borges

O Imparcial – Acabou 2024. Foi-se embora, deixando mais desapego do que saudade. Mais dúvida do que certeza na política, na economia e sobre o clima. Nem a ciência sabe como ele vai se comportar perante a devastação da natureza, a partir da Amazônia, pulmão do mundo que sofre de pneumonia aguda.

O dilúvio do Rio Grande do Sul e a secura histórica jamais vista nos rios amazônicos foram alertas sobre o que vem pela frente. O clima virou tema emergencial em qualquer encontro de chefes de Estado de potências econômicas ou de nações do chamado terceiro mundo. A fome e insegurança alimentar não fica atrás das preocupações climáticas, ao atingir 29,3% da população do mundo, segundo relatório da ONU de 2023.

Já são 700 milhões de pessoas que passam fome do mundo, cifra na qual o Brasil contribui com 21 milhões de nascidos no maior país da América Latina. Uma multidão que não têm o que comer todos os dias e 70 milhões na condição de insegurança alimentar. Mesmo assim, as políticas sociais do governo voltadas para enfrentar esse drama social são duramente combatidas pelas elites políticas e econômicas, sob os mais esfarrapados argumentos discricionários.

É a mesma elite que preserva seus eternos privilégios nos empregos públicos, nos mandatos eletivos, principalmente no Congresso Nacional,e sonega a montanha de R$ 700 bilhões em impostos,segundo dados do Sindicato dos Auditores Fiscais, no site Sonegômetro. Nem notícia a respeito aparece nas mídias tradicionais.

Como se pode perceber, a fome mata mais que as guerras que devastam países da África, da Rússia-Ucrânia e onde quer que haja conflitos armados. Este é um pouco do cenário que 2025 vai herdar do ano que acabou. No Brasil, a guerra política que o dividiu desde 2018 entre os extremistas de direita e as esquerdas misturadas que assumiu o poder em 2023, não tem trégua.

Nem os avanços na economia em geral consegue aplacar as desavenças ideológicas que intoxicam os personagens da política e envenenam o restante da população desavisada, fisgada nas redes sociais pela desinformação descontrolada.

O Maranhão deu um passo importante na luta contra a fome. O governo Carlos Brandão lançou em novembro de 2024, o programa “Maranhão sem Fome”, com a meta de retirar 197 mil famílias da pobreza extrema no Estado que integra a Amazônia Legal. Na ação, cada família beneficiada receberá um cartão no valor de R$ 200,00 mensais, destinados exclusivamente à aquisição de alimentos em rede comercial credenciada.

Para evitar problemas, o projeto prevê fiscalização rigorosa da utilização do cartão e, em caso de uso indevido, haverá suspensão. Já o programa “Criança sem fome” prevê R$ 200 milhões por mês em investimentos próprios, da arrecadação do ICMS.

São iniciativas compatíveis com os resultados do governo federal nas ações de combate à pobreza e à fome que, em 2024, fez o Brasil sair novamente do mapa da fome. Pelo menos 24,4 milhões de pessoas saíram da situação de insegurança alimentar grave e fez a pobreza cair ao menor nível desde 2012. Em um ano, 8,7 milhões de pessoas saíram dessa situação no país.

De 2022 para 2023, o contingente na extrema pobreza recuou de 5,9% para 4,4%, também a menor proporção desde 2012. Significa que, quando os governantes adotam políticas planejadas de enfrentamento da pobreza e a fome, o país todo ganha com melhora na educação, no nível de emprego e no consumo, que faz a economia deslanchar.  

O Imparcial, que chegou a 2024 enfrentando os mesmos problemas que impactaram os jornais impressos e revistas do mundo todo, alcança 2025 confiante de que em 2026 estará pronto para comemorar 100 anos de circulação ininterrupta, um feito histórico e raro nas empresas em geral do Maranhão.

Mas para isso é fundamental que os eleitores e anunciantes continuem a nos prestigiar e compartilhar dessa luta de resistência e compromisso com o jornalismo independente, atual e contextualizado com os fatos.

Tanto o Imparcial impresso como o seu portal online estão metidos de cabeça na crença inabalável de que é possível viver no mundo digital, também fazendo algo analógico que nos empolga todo dia.

O novo diretor executivo da empresa, psicólogo Célio Sérgio e este jornalista Raimundo Borges, diretor de Redação, se recusam a sair da linha. Tenho 54 anos no jornalismo maranhense e nacional e 40 nesta coluna Bastidores. Desejo a todos excelente 2025,com respeito à natureza e à informação de qualidade.

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