Camarão junto com Orleans é ensaio de Brandão para 2026
Por Raimundo Borges
O Imparcial – As eleições para presidente, governadores, senadores e deputados federais e estaduais estão a 19 meses distantes, mas elas já dominam o debate nacional e estadual, incluindo pesquisas e mais pesquisas sobre quem está bem e quem está mal perante o eleitorado.
Afinal, é deles, senhores das urnas e avalistas da governança, que os pré-candidatos vão ser cobrados em 2026 sobre o mandato de 2022. O tema em si já configura uma chatice: quem pode e quem não pode, quem tem e quem não tem apoio do governador do Maranhão em 2026. A sucessão de Carlos Brandão virou assunto de mesa de bar, de discursos na Assembleia Legislativa e até em reuniões informais de magistrados no TJ-MA.
A chatice pré-eleitoral cada vez ganha mais “analistas” na internet e na barbearia da esquia, do que nos jogos do Brasil nas Eliminatórias da Copa de 2026 – por coincidência, o mesmo ano das eleições gerais. Enquanto o técnico Dorival Júnior monta um time diferente em cada jogo para não humilhar novamente o Brasil nas quartas de finais, como em 2022 para a Croácia, o script das eleições segue sendo reescrito a cada pesquisa de popularidade do governo Lula e cada tentava inútil de baixar o preço do ovo e outros alimentos.
Com tanta desarrumação, o presidente Lula não tem certeza de sua candidatura à reeleição e o governador Carlos Brandão, aliado do petista,não tem pressa sobre o script de sua sucessão.
No âmbito nacional, o fato mais caricato da política foi a fuga do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) para os Estados Unidos, de onde oficializou a licença para permanecer na terra do Tio Sam, enquanto se fortalece como líder da direita internacional. Diz o noticiário desta sexta-feira que num jantar na casa do ministro do STF Alexandre de Moraes com membros da cúpula dos Três Poderes, “fuga” do 03 do clã Bolsonaro virou diversão entre os comensais.
O deputado do PL teria sido chamado de “fujão” e “bananinha”, por ter se mudado para o EUA para levantar apoios ao governo Donald Trump em ações de retaliação contra Xandão, o inimigo número um de Elon Musk.
O Congresso, finalmente, aprovou na quinta-feira (20), o orçamento da União para 2025, com a bagatela de R$ 52 bilhões em emendas parlamentares, dinheirama que deputados e senadores adubam seus redutos eleitorais.
Elas viraram a matéria-prima da ação corajosa do ministro Flávio Dino, no STF, por transparência e rastreabilidade das verbas. É o mesmo Dino tido por políticos ligados a Brandão, como o sujeito oculto nas ações que chegam à corte, vidas da oposição estadual, liderada na Alema pelo deputado Othelino Neto, marido da senadora Ana Paulo, que ganhou o mandato como suplente de Dino.
No Maranhão, a discussão sobre candidatura de governador ocupa o espaço que não caberia faltando tanto tempo para as eleições. O encontro do vice-governador Felipe Camarão junto com o Secretário de Assuntos Municipalista, Orleans Brandão, sobrinho do governador, foi o tema do fim de semana. Também, o sinal de que o governador e o seu vice estão voltando ao ambiente de compartilhamento de ações.
Se Camarão estava inaugurando uma escola com Orleans é lógico que foi autorizado por Carlos Brandão. Se Brandão o autorizou é porque a possibilidade de rompimento entre os dois está muito mais distante do que já esteve, depois que Flávio Dino e o governador deixaram de se falar.
Não precisa ser especialista para entender que o ano de 2025 sem eleição é o período em que os governos federal e estadual podem aproveitar para consolidar as ações de maior relevância, como melhorar os indicadores de educação, saúde, produção industrial, saneamento, meio ambiente, renda familiar, emprego e agricultura.
E mais: a Segurança Púbica é o maior desafio de qualquer gestor no enfrentamento do crime organizado. Portanto, colocar o governo a serviço do que realmente afeta a população é a certeza de que estará lastreando a política eleitoral de 2026. Brandão está percebendo que o tempo de realizar é agora. Perdê-lo com blábláblá e nhenhenhém é incentivar seus adversários a ocupar os espaço.