16 de junho de 2025
DestaquesGeralPolítica

Brandão voltará à Europa com agendas na Itália e Inglaterra

Por Raimundo Borges

O ImparcialO governador Carlos Brandão chegou tão animado da Europa, onde teve compromissos oficiais em Paris e em Estocolmo, onde celebrou acordo com empresas interessadas em investir no Maranhão, que já está arrumando as malas para outro périplo pelo Velho Continente.

Ainda em junho, em pleno fervor dos festejos juninos, que ele promete ser o maior do mundo, Brandão leva na bagagem um farto material sobre o potencial do Maranhão para quem busca lugar seguro de investimentos em áreas estratégicas em expansão — principalmente no agro, em tecnologia de ponta e em energia renovável. Em suas redes sociais, Brandão exaltou o destaque dos Lençóis Maranhenses como destino turístico único no Brasil.

Na última sexta-feira, 6, Brandão participou, em Paris, ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do encerramento do Fórum Econômico Brasil-França. Lula o citou três vezes no discurso, destacando o empenho do governador do PSB nos esforços para tornar o Brasil totalmente livre da febre aftosa.

A conquista desse status sanitário para o rebanho vai permitir que a carne maranhense também reforce as exportações do Brasil, como país que mais abastece o mercado mundial de proteína animal. O Maranhão possui o segundo maior rebanho bovino do Nordeste, com mais de 10 milhões de cabeças. Em 2025, o Estado obteve um crescimento de 90% nas exportações de carne.

Além de médico-veterinário, Carlos Brandão conhece em profundidade o ramo do agro, sendo de uma família de pecuaristas de Colinas. Ao conquistar para o Maranhão o status de zona livre da aftosa, Brandão trouxe da Europa, também, o título de Patrimônio Natural da Humanidade, concedido em 2024 pela Unesco ao Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, com suas dunas de areia e lagoas sazonais que não existem em outro lugar.

Concorreu com 27 parques pelo mundo afora e levou a melhor como o único do tipo no Brasil em beleza e em conservação ambiental. Há onze meses, Brandão foi à Índia (Nova Déli), onde acompanhou a vitória dos Lençóis, um orgulho para o Brasil.

Neste domingo, 08/06, Brandão reassumiu o governo, que estava sob o comando interino do vice, Felipe Camarão. Significa que, como era um dia sem trabalho, não consta que houve qualquer ato formal de troca de lugar entre o titular e o sucessor.

Os dois estão com as relações estremecidas, mas não rompidas. Quando viajar novamente à Europa, Camarão voltará ao Palácio dos Leões para cumprir o mandamento constitucional quando se trata de viagem internacional. Mesmo interino, o vice manteve uma agenda política movimentada, mas rigorosamente dentro da liturgia do cargo. No entanto, os políticos que gravitam em torno de Brandão e de Camarão travaram um debate acalorado sobre a sucessão de 2026.

Ao retornar à Europa na segunda viagem em junho, o governador quer se tornar um ponto de referência no tocante a investimentos em áreas como a Zona de Processamento de Exportação (ZPE), uma refinaria de petróleo em Bacabeira e uma área estratégica em tecnologia de alto padrão, inclusive tendo como referência o Centro de Lançamentos de Alcântara, que está preparando o primeiro satélite brasileiro, de grande porte, para levar ao espaço ainda em 2025. Logo, pode-se concluir que o Maranhão, com o Porto do Itaqui, é sempre visto como um lugar de forte potencial para o investidor.

O Estado tem um porto espetacular e dos mais profundos do mundo; tem mais de 60% do território na Amazônia Legal; o conjunto histórico-arquitetônico maior das Américas como Patrimônio da Humanidade; um litoral fantástico para o turismo; o segundo maior rebanho bovino do Nordeste; a ferrovia Norte-Sul cortando o país de ponta a ponta. Tudo isso, porém, não faz lastrear a riqueza concentrada, nem derrubar os indicadores de pobreza.

O governo Brandão está alinhado ao Governo Federal como há muito tempo não se via, mas o imbróglio político que o cerca pode acabar numa linha transversal aos projetos de desenvolvimento em curso. A incerteza política é tudo que o setor produtivo não gosta nem de ouvir falar. Portanto, enquanto o Maranhão não desatar os nós que sustentam as desigualdades e penalizam a maioria da população, não será fácil quebrar a coluna vertebral do atraso.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *