27 de julho de 2024
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Mical aprova sessão na Alema só para homens

Por Raimundo Borges 

O Imparcial – Como filiado ao PSB até o último dia 11/04, partido pelo qual foi eleito em 2022, o deputado estadual Yglésio Moises sai da penumbra ideológico em que se escondeu desde 2018, quando foi eleito pelo PDT, e busca espaço no bolsonarismo.

Trata-se de um salto no escuro ou uma afirmação de quem estava fora do contexto político? Ao deixar um partido socialista,  onde encontrava-se como um peixe fora d’água, o médico Dr. Yglésio nem chegou a assinar a ficha do PRTB e já estava fora.

Assim, também encontrou a porta fechado do PL bolsonarista, com seu projeto de disputar a prefeitura de São Luís e abrir caminho para realizar o sonho de se tornar deputado federal em 2026.

Imaginando ficar bem na fita com o bolsonarismo nacional, Yglésio tentou romper a resistência no PL local, concedendo a Comenda Manuel Beckman, da Assembleia Legislativa, à ex-primeira dama Michel Bolsonaro, presidente do PL Mulher, que neste sábado está em São Luís.

O projeto da condecoração, no entanto, foi rejeitado por 17 x 11 votos dos deputados maranhenses. Apesar da derrota, no entanto, Yglésio teve o mérito de apontar 11 deputados que, sendo a favor da honraria, guardam simpatia por Michelle. Até ali ninguém os tinha como bolsonaristas nem Yglésio como socialista.  

Como se pode perceber, a direita enrustida ou declarada sabe mais criar fatos políticos de repercussão nas mídias do que a esquerda. Embora perdendo a oportunidade de homenagear Michelle e se tornar o novo bolsonarista avistado de cima, no entanto, Yglésio se coloca no perfil de quem tem arrancada até para disputar a prefeitura de São Luís.

Pelo menos perante à família Bolsonaro e sua legião de extremistas de direita, a possibilidade de uma candidatura própria do PL pode ser avaliada. Porém, o partido, comandado por Josimar de Maranhãozinho tende a coligar com o PSB de Duarte Jr – como fez em 2022.

Esse malabarismo ideológico de Yglésio mostra como a direita sabe ocupar os espaços, projetar suas ideias e fabricar fake news que repercutem nas redes sociais. Por exemplo, a deputada Mical Damasceno, do PL e bolsonarista roxa, é exemplo disso. Ela aprovou a proposta de realizar uma sessão especial na Alema, em 15 de maio, para comemorar o “Dia da Família”.

No momento em que a papel político da mulher está no centro do debate sociológico no mundo, tal ideia soa fora do tom, mas ganha audiência nas redes pelo ineditismo. “É uma sessão solene exclusiva para homens. Para macho mesmo. É para mostrar à sociedade que o homem é o cabeça da família”, explicou, exultante, a própria Mical Damasceno.

Fatos assim tem imenso potencial para viralizar nas redes sociais, principalmente de uma deputada de direita e evangélica. O assunto família está na ordem do dia tanto no Congresso Nacional quanto no Supremo Tribunal Federal, que se confrontam sobre a descriminalização da maconha. Os parlamentares de direita querem tornar crime qualquer quantidade de maconha em poder de uma pessoa.

O STF discute há vários anos o que já existe na Lei das Drogas, sobre a quantidade de uso próprio e a do tráfico. A bancada evangélica quer criminalizar qualquer quantidade de maconha como tráfico, tudo em nome da família, que Mical vai homenagear.

PÍLULAS POLÍTICAS 

Prestando contas (1)

Em um inédito encontro com a imprensa na manhã de ontem, o presidente do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA), desembargador Paulo Velten, marcou um feito histórico. Mostrou o respeito que tem para com os meios de comunicação, sobre os quais ele discorreu com inegável talento.

Prestando contas (2)

Foi um demorado café da manhã em que Velten conversou com franqueza e abordou, sem rodeios, questões delicadas, como a polêmica construção do Fórum de Imperatriz, assim como prestou conta de suas ações cargo e dos avanços contabilizados em várias áreas.

Prestando contas (3)

Paulo Velten deixa a presidência do TJMA no próximo dia 26, e no dia 29 assume função de corregedor do Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Ele destaca o projeto “Justiça de Proximidade” como inovação, ao levar a justiça àpopulação com transparência e eficiente.

Dino resolve (1)

Os desembargadores federais da 4ª Região, Loraci Flores de Lima e Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz, que se enredaram nos rolos da Lava Jato e festão afastados das funções pelo CNJ, acionaram, ontem, o STF para voltarem aos cargos.

Dino resolve (2)

O mandado de segurança da dupla foi distribuído ao ministro Flávio Dino, crítico da Lava Jato. Os advogados dos demandantes classificam os afastamentos como medida “desproporcional, inadequada e violadora da independência funcional da magistratura”.

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