22 de dezembro de 2024
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A volta dos que não foram

Por Raimundo Borges

O Imparcial – O tempo vai encurtando para as eleições municipais de outubro e os partidos e suas lideranças apressam o passo nas articulações sobre as pretensões eleitorais dentro da realidade de cada reduto e o potencial de cada candidato a prefeito ou a vereador. Dezenas dos que sofreram derrota em eleições passadas ou findaram o mandato, estão de volta com a cara e a coragem.

O mais influente no Maranhão é o ex-governador, ex-senador e ex-deputado federal João Alberto de Souza, que vai com força total em busca de uma vaga de vereador em Bacabal, cidade em que já foi prefeito na década de 1980 e a tem como sua terra natal.

Ex-governador, ex-senador e ex-deputado federal João Alberto de Souza, vai em busca de uma vaga de vereador em Bacabal, onde já foi prefeito

Em São Luís, o deputado estadual Wellington do Curso tem um projeto de chegar à prefeitura, custe o que custar. Desde 2012 que ele tenta, sem sucesso. Naquele ano, ensaiou disputar pelo PSL, mas não obteve legenda. Em 2016, depois de passagem rápida pelo PSL e PMB, do Curso concorreu pelo PP, com o jovem Roberto Rocha Júnior na vice, e ficou em 3º lugar. Decidiu então apoiar Eduardo Braide, no 2º turno, contra o prefeito Edivaldo Holanda Júnior. Em 2020, já no PSDB, Wellington tentou novamente a prefeitura, mas o partido decidiu antes apoiar Eduardo Braide, que ganhou a parada.

Ainda em São Luís, o ex-vereador Fábio Câmara, que trocou o MDB pelo PDT, já tem carta branca do presidente regional senador Weverton Racha para concorrer à prefeitura. Ele não conseguiu a reeleição em 2020, mas vai tentar marcar espaço veste ano.

Wellington do Curso continua com o projeto de chegar à prefeitura de São Luís, onde tenta desde 2012, sem sucesso

Outros nomes notáveis da política que estão sem mandatos e vão tentar voltar: os ex-deputados Cabo Campos (estadual), Waldir Maranhão (federal), Nonato Aragão e o ex-vereador Chico Viana. O maior problema para eles tentarem reingressar na política nos dias de hoje é o jeito de atrair o eleitor, em tempo de redes sociais. De quebra, o ex-senador Roberto Rocha (PTB) avalia disputar a prefeitura de Imperatriz ou a de Balsas.

Comparando-se a campanha eleitoral deste ano com as eleições passadas, observa-se que, além de novas regras da Justiça Eleitoral, passam a prevalecer a proibição de deep fakes (vídeo e áudio) e transparência total sobre a utilização da Inteligência Artificial (AI). É uma tecnologia tão inovadora que não estará ao alcance da maioria dos candidatos da era do comício na praça, do showmício, das carreatas e da carrada de tijolo na porta.

O eleitorado jovem está vivendo outra realidade. Ademais, a polarização ideológica que contaminou a política brasileira desde 2018, chega às eleições de outubro de 2024 com o grau máximo de confronto nas redes sociais ou até no bar da esquina.

O comício tradicional foi morto e sepultado pelas tecnologias digitais. Com o mundo na palma da mão, que o eleitor pode esperar das eleições de 2024? Observa-se que, por exemplo, o prefeito Eduardo Braide realiza a maior mudança no sistema viário já vista em São Luís, mas sem a mínima preocupação com palanque nas inaugurações.

Ele lidera as pesquisas eleitorais para se reeleger, mas adota as redes sociais como ponto de partida e de chegada para difundir suas realizações e se aproximar do eleitor. Até o secretário de Comunicação ele demitiu e não colocou outro. Paradoxalmente, sem compor grupo político, Braide parte para a reeleição, mudando a paisagem de São Luís sem fazer plateia nas inaugurações.

PÍLULAS POLÍTICAS

Hildo volta à Câmara

A deputada federal Roseana Sarney (MDB) deu uma chance ao suplente Hildo Rocha que passará 122 dias na Câmara. Ele é histórico no MDB, mas não conseguiu se reeleger em 2022, e foi nomeado Secretário Executivo do Ministério das Cidades até janeiro passado.

Nova federação

O partido Solidariedade, que apoiou formalmente o presidente Lula em 2022, se reuniu ontem com a cúpula do PSDB, que está na oposição, para formalizar uma federação. A união visar uma parceria tanto no Congresso quanto para as eleições municipais de outubro.

Arrumação (1)

No Maranhão, o PSDB está sob o comando do Secretário da Casa Civil do governo Carlos Brandão, Sebastião Madeira, que apoia o PSB em São Luís, com Duarte Jr. O deputado Othelino Neto trocou o PCdoB pelo Solidariedade, presidente pela sua irmão Flávia Alves.

Arrumação (2)

No Solidariedade, Othelino lidera a oposição ao governo Brandão e a esposa, senadora Ana Paula, trocou o PSB de Brandão e retorna ao PDT de Weverton Rocha, partido que ele já integrou como vice-prefeita de Pinheiro, na chapa de Luciana Genésio.

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