27 de julho de 2024
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Eleições afogadas nas desigualdade

Por Raimundo Borges 

O Imparcial – No país em que, dos 97,575 milhões de ocupados na iniciativa privada e no serviço público, 67,19% ganham só até dois salários mínimos (R$ 2.640), os cargos de natureza política – principalmente os mandatos legislativos – são verdadeiras ilhas da fantasia no oceano de pobreza e necessidades.

Daí a corrosão que ataca os orçamentos das três esferas de governo. No Congresso Nacional, o segundo mais oneroso do mundo (perde apenas para o dos Estados Unidos), um senador da República custa por ano US$ 5 milhões, o equivalente a R$ 25 milhões, suficientes para pagar 19 mil assalariados do mínimo.

O salário dos senadores, deputados federais, presidente da República e ministros de Estado foi reajustado este ano para R$ 44.008, o mesmo de um ministro do Supremo Tribunal Federal e demais tribunais superiores. Todos têm inúmeros penduricalhos que acabam projetando os valores para muito mais do que o dobro do piso deles.

Pelo menos foi essa dinheirama toda que o atual ministro do STF, Flávio Dino deixou para a suplente Ana Paula Lobato, durante os oito anos de mandato que ela ganhou no Senado Federal. Tal situação revela o tamanho das desigualdades salariais e sociais que faz do Brasil em país tão injusto.

Convém ressaltar que não é o tamanho da bolada que entra no contracheque dos integrantes da cúpula dos Três Poderes que os tornam uma casta tão diferente dos simples mortais com o poder de decidir sobre tudo que diz respeito ao bem estar pessoal.

Em Razão disso, as eleições municipais de outubro já provocam todo tipo de acordos espúrios, mudanças de postura, transferências partidárias, dissidências, traições e muito chafurdo. Afinal, além dos mandatos de prefeito e vereador, estão no jogo o poder e a carreira dos protagonistas da corrida pelo voto popular. O frisson que tanto empolga é o mesmo que tanto frustra.

Enquanto a cúpula dos poderes segue no usufruto de somas milionárias no contracheque, o Brasil real vai marcando passos de tartaruga rumo ao lugar de sempre. O Maranhão, por exemplo, anda, anda mas não sai do último lugar no ranking do desenvolvimento brasileiro. Não avança porque os municípios pararam no tempo.

É um estado de imenso potencial, mas de economia rasteira, pouca indústria, agricultura familiar de baixa produtividade e de um agro robusto, que exporta quase tudo do campo e não faz a riqueza gerar prosperidade fora do sul do Maranhão. A Baixada produz pescado, mas não tem como abastecer os grandes centros consumidores por falta de logística.

No Brasil, o governo Lula tem enormes desafios na área econômica com baixa competitividade industrial e um Produto Interno Bruto (PIB) sustentado pelo agronegócio de exportação e uma infraestrutura de transporte movida a caminhão. Assim, política passou a ser o maior investimentos das elites, poucas afeitas ao empreendedorismo empresarial.

A política é a porta de entrada do sucesso via burocracia pública, maior geradora de empregos na maioria dos estados. Não sem motivo, as disputas eleitorais já ganham as redes sociais, agitam até conversas de bar no mesmo frisson de sempre, como se os prefeitos e vereadores fossem a real solução dos problemas de cada cidadão. E não são.

PÍLULAS POLÍTICAS 

Rumo ao Senado

É engano pensar-se que o ministro dos Esportes, André Fufuca está apenas ensaiando sua caminhada rumo ao Senado Federal em 2026. Ele tem aproveitado a movimentação pré-eleitoral para sedimentar seu projetos de trocar a Câmara elo Senado.

Rumo ao Senado (2)

O movimento mais incisivo de Fufuca na política maranhense foi puxar a prefeita de Lago da Pedra, Maura Jorge, do PSDB para o PP. Pela 3ª vez eleita para comandar seu município, Maura tornou-se uma liderança expressiva na região do vale do Mearim, com chance de reeleição.

Rumo ao Senado (3)

Bolsonarista-raiz e alinhada com André Fufuca, Maura planeja chegar à Câmara dos Deputados, pelo PP, que tem uma parte enfiada no bolsonarismo e outra jogando ao lado do governo Lula. É algo parecido com a União Brasil do  Ministro das Comunicações, Juscelino Rezende.

Refúgio de Bolsonaro

O bolsonarismo levou um susto ontem, ao saber pela imprensa que Jair Bolsonaro após ter o passaporte apreendido pela Polícia Federal, foi se refugiar na embaixada da Hungria, país governado pelo extremista de direita Victor Oban.

Refúgio de Bolsonaro (2)

Bolsonaro ficou escondido entre os dias 12 e 14 de fevereiro, quatro dias, temendo ser preso, quando os generais de seu governo passaram por busca e apreensão. A revelação da fuga foi feita pelo jornal The New Yorque Times baseado em imagens de câmeras da enfrentada da embaixada em Brasília.

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