27 de julho de 2024
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Maranhão sacode PIB do Nordeste em 2023

Por Raimundo Borges

O Imparcial – Depois de décadas penando na rabeira do desenvolvimento brasileiro, como o Estado mais pobre da federação, o Maranhão, finalmente, tá reagindo no sentido inverso.

Em 2023, o Produto Interno Bruto (PIB) do Nordeste deu um salto de 4,4%, bem acima da média do Brasil que chegou a 2,9%, merecendo comemoração do governo federal e dos empresários que acreditam no maior país da América Latina. O mais importante é que esse avanço do PIB foi puxado pelos bons resultados do Maranhão, especialmente, no agronegócio. Os dados são do Escritório Técnicos de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene), vinculado ao BNB.

Com sua posição geográfica privilegiada, clima favorável, o Porto do Itaqui, um dos mais profundos do mundo, a agropecuária em expansão e bons atrativos para o setor da indústria na capital e interior (Suzano em Imperatriz, Cimento Açaí, Aciaria em Ferro Gusa em Açailândia e Inpasa em Balsas), o Maranhão avança em passos largos.

São exemplos de empreendimentos industriais que estão mudando o perfil socioeconômico do Sudoeste e Sul do Estado. Em São Luís, o Porto do Itaqui cresceu acima das expectativas em 2023, com movimento de 36,4 milhões de toneladas, das quais, a maior parte veio do Agro – soja, milho, farelo de soja, e fertilizantes.

Segundo o economista Alisson Martins, gerente executivo de Macroeconomia do Etene, em palestra na Agrobalsas, 4ª feira 15, a relevância da capacidade produtiva do Maranhão foi significativa para o crescimento do PIB do Nordeste. A safra agrícola maranhense em 2024 é de 9,7 milhões de toneladas, sendo 4 milhões apenas de soja, uma alta de 4,2% se comparada à de 2023. “A atividade econômica do Nordeste voltou a apresentar crescimento superior ao Brasil e, em grande medida, pela performance do Maranhão”, ressaltou Martins, destacando que em 2023, a economia maranhense foi a que mais cresceu no Nordeste, com aumento do PIB superior a 7%.

As projeções do Etene para 2024 são igualmente favoráveis para o Maranhão continuar como a motriz do desenvolvimento regional. No entanto, nem tudo é festa quando se joga um olhar sobre os indicadores sociais desvinculados do PIB. Na educação, no saúde, no saneamento básico, na devastação ambiental do cerrado, fome, pobreza, evasão escolar e baixa produção de alimento na agricultura familiar, os gargalos estão à vista.

A realidade não reflete o Pibão de 2023. A grande maioria dos empregos de maior remuneração é ocupada por mão de obra trazida de fora. Agora, o Sebrae-MA está qualificando as empresas que servem às indústria, como motoristas de carretas e operadores de drones, etc.

Afinal, é essa cadeia produtiva que faz movimentar os serviços em diferentes áreas da economia, desde uma lanchonete, até um shopping. É nessa engrenagem macro geradora de riqueza que permite a descentralização do bem estar social, alcançando o maior contingente de empregados, distribuindo renda e alavancando o processo de desenvolvimento.

Pouco importa se o Estado tem um pibão robusto, mas concentrado nas mãos de um ou dois setores da economia. O varejo, por exemplo, é o maior catalizador da economia sustentável, como reconhece o próprio economista do Etena, Allison Martins. Em 2023, o BNB aplicou R$ 3,1 bilhões no agro maranhense, segundo o superintendente Isaque Nascimento.

PÍLULAS POLÍTICAS

Corrupção punida (1)

Em ação proposta pelo Ministério Público Federal (MPF), a Justiça Federal do Maranhão condenou um servidor público do Ibama por pedir propina a empresários em troca de benefícios dentro da autarquia.

Corrupção punida (2)

A propina seria para o servidor não aplicar a multa de R$ 30 mil. O analista ambiental foi enquadrado em crimes de corrupção passiva e concussão, o analista ambiental foi condenado a sete anos de prisão, num processo que vem rolando há 10 anos.

Prefeito sem voto (1)

Um pedaço do Maranhão que merece ser lembrado. Morreu esta semana, o caxiense Antônio Rodrigues Bayma Jr, engenheiro mecânico que passou pela direção da Eletronorte, a presidência da Cemar, foi interventor em Imperatriz de 1973/75, quando foi nomeado prefeito de São Luís até 1977.

Prefeito sem voto (2)

Em 1982 Antônio Bayma foi eleito deputado federal pelo PDS, criado em 1980 com o fim do bipartidarismo. Porém, como interventor em Imperatriz, ele deixou a marca de sua administração. Em São Luís, pouco fez para ser lembrado como prefeito biônico.

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