17 de novembro de 2025
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Principais líderes chegam ao Brasil e COP30 entra na fase decisiva

DCM – A COP30 entra nesta segunda fase decisiva com a chegada de ministros e representantes de alto nível, etapa em que se tenta fechar acordos políticos e resolver os principais impasses das negociações climáticas. Com informações do Uol.

Em Belém, a sessão de abertura contará com discursos do vice-presidente Geraldo Alckmin, de André Corrêa do Lago, presidente da conferência, de Simon Stiell, da UNFCCC, e de Annalena Baerbock, presidente da Assembleia Geral da ONU. É o momento em que os países precisam decidir como tornar concretos os compromissos assumidos desde o Acordo de Paris.

A presidência da COP30 trata esta fase como um teste final. Ao longo da primeira semana, a equipe de André Corrêa do Lago retirou da agenda inicial temas considerados travadores, como metas, financiamento, prestação de contas e medidas comerciais unilaterais. O objetivo era criar espaço para avançar em mais de cem itens técnicos, preparando um texto consensual para análise política nesta etapa.

A transição entre as semanas ocorreu no sábado, durante plenária conjunta da COP, da CMP e da CMA, quando foram apresentados os relatórios dos grupos técnicos.

Os temas excluídos da agenda formal seguem em consultas paralelas e podem formar um pacote político que resulte em uma decisão de capa. Mas o desfecho segue incerto, e as conversas de bastidores se intensificam.

O financiamento climático é o maior ponto de atrito. As propostas para definir o novo objetivo global de financiamento (NCQG) e a prometida triplicação dos recursos para adaptação ainda não convergem. “Agora, vamos aguardar como as partes vão reagir amanhã: prevejo reações fortes”, afirmou Stela Herschmann, do Observatório do Clima.

André Corrêa do Lago, presidente da COP30. Foto: Fernando Donasci/MMA

Para que a COP seja de fato a conferência da implementação, será necessário fechar indicadores de adaptação e consolidar o mapa do caminho para mobilizar ao menos US$ 1,3 trilhão por ano até 2035. “Isso está no rascunho, está em debate, e vamos ver o que vai acontecer na próxima semana”, disse Karen Oliveira, da TNC.

Especialistas apontam que o clima da negociação é imprevisível. “Será um cabo de guerra entre dois impulsos: o de avançar e o de recuar”, avaliou Natalie Unterstell.

A decisão sobre combustíveis fósseis segue indefinida. Para o Greenpeace, “a questão dos fósseis segue pairando como uma nuvem tóxica sobre qualquer avanço”. A expectativa criada após o discurso de Lula é que a COP entregue um plano concreto para o abandono gradual desses combustíveis.

A condução brasileira tem sido vista como arriscada. Segundo relato da colunista Ana Carolina Amaral, o diplomata Túlio Andrade propôs conversas francas, afastadas do formato rígido de negociação. O método foi bem recebido, mas deixou incertezas sobre como transformar essas discussões em texto final.

Em nota, a presidência da COP30 informou que há “convergência crescente” em temas como aceleração das NDCs, ampliação do financiamento e reformas financeiras internacionais. Onde não há consenso, três trilhas políticas foram apresentadas, incluindo um plano conjunto de implementação e alternativas sobre medidas comerciais e metas pré-2030.

A expectativa é que os ministros decidam, até o fim da semana, se a COP30 conseguirá cumprir a promessa de ser a conferência da implementação.

Seminário Pós-COP:  O Brasil diante das transformações globais 

24 de novembro de 2025  (segunda-feira); sessões às 10:00-12:30 e 19:00-21:30 

FESPSP – Rua General Jardim, Vila Buarque, São Paulo/SP 

Garanta sua vaga: https://poscop.org/ 

Sessão da Manhã (10:00-12:30) 

Aldo Fornazieri (Professor da FESPSP, Cientista Político) – abertura da sessão 

Ricardo Abramovay (Professor Sênior, Instituto de Energia e Ambiente, USP) 

Gabriel Ferraz Aidar (Superintendente de Planejamento e Pesquisa Econômica, BNDES) 

Alexandre Ramos Coelho (Coordenador do MBA em Geopolítica da Transição Energética, FESPSP)

Sessão da Noite 19:00-21:30

Painelistas confirmados:

Aldo Fornazieri (Professor da FESPSP, Cientista Político) – abertura da sessão

Paulo Teixeira (Ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar)  

Luciana Aparecida da Costa (Diretora de Infraestrutura, Transição Energética e Mudança Climática, BNDES)

Juliano Medeiros (Historiador e Professor Convidado da FESPSP) 

Uma parceria DCM + FESPSP para debater o futuro climático do Brasil com rigor acadêmico e compromisso social. https://poscop.org/ 

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