Com mais empregos, renda das famílias cresce e desigualdade reduz no Brasil
DCM – A renda das famílias brasileiras registrou crescimento em 2024, impulsionada pelo aumento do emprego, segundo dados divulgados pelo IBGE na sexta-feira (28). O rendimento médio por pessoa subiu 9,3%, indicando uma possível redução da desigualdade social. No quarto trimestre, a renda do trabalho avançou 7,08% em relação ao mesmo período do ano anterior, com destaque para o Nordeste, onde o crescimento foi de 13%.
Economistas avaliam que a recuperação do mercado de trabalho foi o principal fator desse avanço. Segundo Marcelo Neri, da FGV Social, a metade mais pobre da população viu sua renda aumentar 10,7%, enquanto a classe média registrou alta de 8,7%, e os 10% mais ricos tiveram um crescimento de 6,7%. O desemprego em queda contribuiu com 3,9 pontos percentuais para o aumento da renda entre os mais pobres.
Mesmo com o aumento da renda, há preocupações com o impacto dos juros elevados na geração de empregos. Especialistas alertam que a manutenção de taxas altas pode desacelerar o crescimento do mercado de trabalho em 2025, afetando a continuidade da redução da desigualdade.
O Brasil já teve um PIB per capita acima da média mundial, mas crises sucessivas reverteram esse cenário. Dados do FMI (Fundo Monetário Internacional) indicam que, em 2021, o país estava 8,4% abaixo da média global, mas esse hiato pode diminuir para 7,5% em 2024, caso as projeções se confirmem.
Para garantir crescimento econômico sem prejudicar a geração de empregos, economistas apontam a necessidade de aumentar a produtividade do país. “Produtividade sem reduzir o emprego é o melhor caminho, e isso pode ser alcançado por meio de um crescimento econômico sustentável”, disse Marcos Hecksher, do Ipea.