16 de setembro de 2024
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Brandão pode exonerar Camarão da Educação

Por Raimundo Borges 

O Imparcial – O governador Carlos Brandão desembarcou ontem em São Luís, depois de retornar da Índia, onde foi receber o título de Patrimônio Natural da Humanidade, conquistada pelo Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, concedido pela Unesco.

A não ser que tenha mudado de opinião, mas os sinais emitidos ao mundo político, a partir do Palácio dos Leões, dão conta de que o vice-governador Felipe Camarão não retornará à Secretaria de Educação, onde trabalha como seu titular desde o segundo ano do governo Flávio Dino. Aliás, não é de agora que o grau de confiança de Brandão com Camarão vem sofrendo corrosão política.  

Em dezembro de 2023, Brandão reuniu 13 partidos da base, no Palácio dos Leões, para definir o apoio à candidatura do deputado federal Duarte Júnior à prefeitura de São luís. Só faltava o governador assumir o comando do PSB maranhense, mas já havia acerto sobre isso com o presidente nacional da legenda, Carlos Siqueira. Também já se discutia na ocasião a chance de Eduardo Brande (PSD) ser reeleito e se cacifar para concorrer ao Palácio dos Leões em 2026.

Logo se abre um cenário completamente turvo que envolve às eleições municipais de outubro com as gerais de 2026 com Lula, do PT de Camarão na disputa, ou Geraldo Alckmin, do PSB de Brandão e de Duarte Júnior.

Caso se confirme as informações vazadas a respeito da substituição de Felipe Camarão na pasta da Educação, por um nome de absoluta confiança de Brandão, estará sacramentada a ruptura entre os dois personagens que derrotaram os Sarney em 2014, foram reeleitos em 2018 e fizeram cabelo, barba e bigode em 2022. Brandão e o ministro do STF Flávio Dino, porém, já não são os mesmos aliados da maior ruptura política da história do Maranhão.

Camarão foi o executor do programa mais bem sucedido no governo Dino, o Escola Digna e os Iemas, além de ser procurador federal, professor da Ufma e ligadíssimo ao ex-chefe. Já no governo Brandão a situação dele na maior secretaria é vista de outra forma.

Fora da Secretaria e Educação, a sua condição de pré-candidato a governador em 2026 começa a erodir. Os partidos alinhados com o Palácio dos Leões, a partir de o PSB, esperam eleger pelo menos 150 prefeitos. O PT de Camarão ninguém sabe onde e quantos prefeitos levará à vitória.

Portanto, sem o apoio da máquina leonina sustentando sua candidatura, é impossível ele sonhar ganhar o governo, principalmente, se Brandão optar por apoiar Iracema Vale (PSB) e ficar no mandato até o último dia. Seja como for, Camarão não topou coordenar a campanha de Duarte Júnior, depois de aceitar em reunião partidária.

Todo esse imbróglio tem duas pernas dando câimbras políticas. Uma: o processo em que o Solidariedade, comandado no Maranhão pelo deputado Othelino Neto, questiona no STF as regras de escolha dos conselheiros do TCE, aprovadas pela Assembleia Legislativa, que interessa diretamente a Carlos Brandão.

Ontem, Flávio Dino, relator do caso, pediu pauta na corte. A outra perna está na cidade de Colinas, onde a campanha de prefeito está pegando fogo entre o vereador Renato Santos (MDB), apoiado pela família Brandão, contra João Haroldo (PCdoB), irmão do deputado federal Márcio Jerry. As pesquisas indicam o favoritismo do emedebista, e a relação entre os Brandão e os Jerry azedou de vez.

O ambiente entre Flávio Dino, que está fora da política,mas mantém forte influência entre o seu legado, e Carlos Brandão, está à beira de um colapso, inimaginável até pouco tempo. Felipe Camarão já disse que será candidato em 2026 com ou sem o apoio de Brandão.

Porém, pela nanica estrutura do PT no Maranhão, seria um desafioagigantado alguém da oposição ao governo, derrotá-lo. Afinal, a corrida ao Palácio dos Leões contra a máquina estadual só foi possível nas últimas décadas, com Flávio Dino em 2014. Até Jackson Lago em 2006 contou com o apoio total do então governador José Reinaldo Tavares.

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