Em sua 1ª eleição municipal, federações partidárias elegem 587 prefeitos; só PT cresce
G1 – Mecanismo estreou da disputa presidencial de 2022 e consiste na união de dois ou mais partidos para atuarem como se fossem um só por pelo menos quatro anos.
Os partidos que integram federações partidárias elegeram 587 prefeitos no primeiro turno das eleições municipais deste ano. Em 2020, essas mesmas siglas – que à época concorreram de forma isolada – foram responsáveis por eleger 932 prefeitos. Veja o infográfico abaixo.
- Apenas o PT, que ao lado do PCdoB e do PV integra a Federação Brasil Esperança, elegeu mais prefeitos desta vez do que há quatro anos: passou de 179 para 248.
- Os demais partidos tiveram queda. A Federação PSDB Cidadania elegeu 302 prefeitos no primeiro turno deste ano. Em 2020, as duas legendas elegeram, somadas, 651.
- Na Federação PSOL Rede, o número de prefeitos eleitos em primeiro turno caiu de 9 para 4. Neste ano, o PSOL não elegeu nenhum chefe do Executivo, embora tenha ainda dois candidatos que vão disputar o segundo turno, em 27 de outubro.
▶️ As federações partidárias consistem na união de dois ou mais partidos para atuarem como se fossem um só por pelo menos quatro anos. Nessa modalidade de aliança, as siglas funcionam como um único partido no Congresso, dividindo Fundo Partidário, tempo de TV e unificando o conteúdo programático (leia mais ao final desta reportagem).
▶️ O mecanismo foi aprovado pelo Congresso Nacional em 2021 e estreou nas eleições presidenciais de 2022. Dessa forma, esta é a primeira vez em que o mecanismo vale para um pleito municipal.
Os números do gráfico acima levam em consideração os 5.471 municípios brasileiros que elegeram seus prefeitos em primeiro turno. Outras 52 cidades, incluindo 11 capitais, só vão definir o resultado em 27 de outubro.
Além disso, em 46 municípios, os candidatos escolhidos estão com os votos “anulados sub judice”, ou seja: a posse ainda depende de uma decisão judicial definitiva, conforme as regras do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Menos candidatos
As eleições de 2024 tiveram o menor número de partidos em 12 anos e a menor quantidade de candidatos em 16 anos. A redução se explica, entre outros motivos, pelas federações partidárias, afirmam especialistas.
Como atua como um só partido, cada federação deve respeitar o limite máximo de vereadores definido pela legislação. Além disso, deveria lançar um só candidato a prefeito em cada município.
Dos 5 partidos que mais reduziram as candidaturas em 2024, quatro se uniram em federações (Cidadania, PCdoB, PV e PSDB).
Federações x coligações
As federações partidárias são diferentes das coligações, nas quais a aliança política é temporária: se dá somente durante o período eleitoral.
As coligações foram extintas em 2020 para as eleições proporcionais, que elegem deputados e vereadores, como uma forma dereduzir o número de partidos na Câmara.
No entanto, elas seguem permitidas para eleições majoritárias, que elegem presidente, governadores, senadores e prefeitos.
Assim, no pleito deste ano, as coligações ainda poderiam ser adotadas pelos partidos para lançar candidaturas ao cargo de prefeito.
▶️ Veja as principais diferenças entre as alianças:
- Os partidos que formarem federaçõesdevem se manter unidos por pelo menos quatro anos, funcionando como um único partido no Congresso, dividindo Fundo Partidário, tempo de TV e unificando o conteúdo programático.
- Já as coligações eram formadas para a eleição e, ao final, dissolvidas.
- Os partidos que compõem uma federação estarão unidos em todos os estados e atuarão uniformemente no território nacional.
- Nas coligações, um partido poderia apoiar uma sigla em determinado estado e se contrapor em outro.